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Líderes políticos libaneses se comprometem a formar governo em duas semanas

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira que todas as forças políticas libanesas se comprometeram a formar um governo em 15 dias, como parte de sua segunda visita ao país depois da explosão devastadora no porto de Beirute

AFP
01/09/2020 às 19:48.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:57

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira que todas as forças políticas libanesas se comprometeram a formar um governo em 15 dias, como parte de sua segunda visita ao país depois da explosão devastadora no porto de Beirute.

"Todas as forças políticas se comprometeram a formar um governo de missão em quinze dias (...) com personalidades competentes", disse o presidente francês em entrevista coletiva, após encontro com as principais formações políticas.

Macron havia pedido à classe política do Líbano que implementasse "o mais rápido possível" reformas que respondessem à indignação dos cidadãos, um mês depois da explosão.

"É a última oportunidade para o sistema libanês", alertou Macron, em sua segunda visita a Beirute desde a tragédia de 4 de agosto, que deixou 188 mortos e mais de 6,5 mil feridos.

Frente ao descontentamento crescente da população, que denuncia a negligência e corrupção de seus governantes, o presidente francês disse que deseja "acompanhar esta pressão dos libaneses" para convencer a classe política da necessidade de mudança.

"Faço uma aposta arriscada, estou ciente disso. Coloco sobre a mesa a única coisa que tenho, meu capital político", disse ao site de informações Politico.

Macron se reuniu com as principais autoridades políticas do país, entre elas o novo premier, Mustapha Adib, nomeado ontem.

Para o presidente francês, a chegada ao poder deste universitário de 48 anos, desconhecido da maioria dos libaneses, em algumas semanas, e não "em seis meses", é um "primeiro sinal de mudança".

Além de um almoço no palácio presidencial, Macron se reuniu com representantes de forças políticas libanesas na residência do embaixador da França.

Macron lembrou que, em contrapartida à implementação de "reformas reais" contra a corrupção, especialmente nos setores de energia e finanças, a comunidade internacional prometeu desbloquear os fundos de que o Líbano precisa.

O secretário de Estado americano para o Oriente Médio, David Schenker, chegará amanhã a Beirute.

Adlib tem a desvantagem de ter sido eleito, como seus antecessores, por forças políticas tradicionais, o que o desacredita diante dos libaneses que consideram esses políticos responsáveis por seus males, inclusive a explosão de 4 de agosto.

No centro de Beirute, centenas de manifestantes que se reuniram para lembrar o centenário da criação do Estado do Grande Líbano criticaram "a cooperação" de Macron com dirigentes do país. "Ele deveria ter vindo para nos ouvir, ajudar-nos a alcançar nossos objetivos, e não para se sentar com corruptos e criminosos que mataram o nosso povo", criticou Rima, 46.

À noite, incidentes entre manifestantes e as forças de ordem deixaram 22 feridos, segundo a Cruz Vermelha libanesa.

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