INTERNACIONAL

Líder escocesa Nicola Sturgeon 'enganou' Parlamento, diz CPI

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, "enganou" o Parlamento sobre as alegações de agressão sexual contra seu antecessor - afirma um relatório divulgado nesta terça-feira (23) por uma comissão parlamentar de inquérito que investigou este escândalo perigoso para os separatistas antes de eleições regionais cruciais

AFP
27/03/2021 às 00:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:30

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, "enganou" o Parlamento sobre as alegações de agressão sexual contra seu antecessor - afirma um relatório divulgado nesta terça-feira (23) por uma comissão parlamentar de inquérito que investigou este escândalo perigoso para os separatistas antes de eleições regionais cruciais.

A comissão parlamentar encarregada de esclarecer como o governo autônomo escocês lidou com as acusações contra o ex-primeiro-ministro Alex Salmond - absolvido pela Justiça em 2020 - encontrou contradições no que Sturgeon relatou sobre uma reunião em abril de 2018.

Segundo esta comissão, ao contrário do que a primeira-ministra afirma, ela teria dado a entender a seu antecessor e ex-mentor que interviria no caso.

"Portanto, seu depoimento escrito é um relato inexato do que aconteceu", diz o relatório, aprovado por cinco deputados da oposição com o voto contra de quatro deputados do Partido Nacionalista Escocês (SNP), de Sturgeon, e anteriormente de Salmond.

Segundo esta comissão, esse "engano" pode constituir uma "violação potencial" do código de conduta. Seus membros aceitaram, no entanto, as conclusões de outra investigação independente, publicada na segunda-feira. Nela, o ex-procurador James Hamilton isentou Sturgeon de qualquer infração, dando-lhe uma importante vitória em um momento-chave para o projeto pela independência.

O escândalo, que levou vários políticos da oposição a pedirem a renúncia da premiê separatista, abalou o SNP pouco antes do início da campanha para as eleições legislativas regionais de 6 de maio.

A sigla, que atualmente governa em minoria, espera arrasar e apresentar a Londres seu esmagador resultado eleitoral como um mandato para organizar um segundo referendo de autodeterminação da Escócia. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, opõe-se a ele veementemente.

De acordo com um projeto de lei apresentado ontem ao Parlamento escocês, a pergunta formulada - "A Escócia deve se tornar um país independente?" - continuaria a mesma de 2014, quando esta nação britânica de 5,5 milhões de pessoas decidiu, com 55%, permanecer no Reino Unido.

Na ocasião, o principal argumento contra a independência era o risco de ficar de fora da União Europeia.

Paradoxalmente, dois anos depois, todo Reino Unido votou a favor do Brexit, e os escoceses, que se opuseram à saída britânica do bloco com 62%, viram-se fora dele contra sua vontade.

mpa-acc/mis/tt

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por