INTERNACIONAL

Líder do partido Farc é morto pelo ELN na Colômbia, segundo ex-guerrilha

Um dirigente do partido Farc foi assassinado por rebeldes do ELN no norte da Colômbia, elevando a 225 os ex-combatentes mortos violentamente desde a assinatura do acordo de paz, em 2016, denunciou a ex-guerrilha neste domingo (30)

AFP
30/08/2020 às 15:37.
Atualizado em 25/03/2022 às 11:45

Um dirigente do partido Farc foi assassinado por rebeldes do ELN no norte da Colômbia, elevando a 225 os ex-combatentes mortos violentamente desde a assinatura do acordo de paz, em 2016, denunciou a ex-guerrilha neste domingo (30).

Jorge Iván Ramos, de 52 anos, perdeu a vida na sexta-feira nas mãos de um grupo do Exército de Libertação Nacional (ELN), reconhecido como a última organização insurgente na Colômbia, no município de Montecristo, no departamento (estado) de Bolívar.

O ex-líder de uma frente guerrilheira "sofreu uma emboscada de quatro homens do ELN que o amarraram, o fizeram andar uma hora e depois o assassinaram", disse à AFP Édgar Viejo, também ex-combatente e copartidário do líder assassinado.

Segundo sua versão, o comando que interceptou o veículo em que Ramos viajava com o chefe de sua segurança acusou o dirigente de esquerda de colaboração com os militares.

Ramos foi atacando quando voltava de uma inspeção a chácaras que a guerrilha dissolvida se comprometeu a entregar no âmbito dos bens destinados a indenizar as vítimas do conflito armado.

O dirigente também era encarregado da coordenação de um programa nacional de substituição voluntária de narcocultivos.

As autoridades não se pronunciaram sobre este crime, que ocorreu em uma zona sob influência exclusiva do ELN.

Em um comunicado, a Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido egresso dos acordos que puseram fim a um levante armado de seis décadas, repudiou o novo ataque a seus membros.

"Exigimos que o assassinato (...) não fique impune. Que se proteja os ex-combatentes das Farc e toda a militância do nosso partido. Que a comunidade internacional verifique e se pronuncie sobre este fato", enfatizou.

Com o assassinato de Ramos já são 225 os ex-combatentes que assinaram a paz e foram mortos.

Sob a verificação da ONU, o acordo permitiu o desarmamento daquela que foi a guerrilha mais poderosa da América. Treze mil homens e mulheres abandonaram a luta armada no âmbito de um pacto que prevê justiça, verdade e reparação para as vítimas.

A promotoria apontou como responsáveis pelos assassinatos de ex-combatentes o ELN e grupos dissidentes das Farc, que se marginalizaram do acordo de paz, além de grupos financiados pelo narcotráfico.

vel/rsr/mvv

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por