INTERNACIONAL

Líbano se esforça para formar governo em tempo recorde

O novo primeiro-ministro libanês, Mustapha Adib, realiza nesta quarta-feira consultas para formar um governo em tempo recorde sob pressão do presidente francês Emmanuel Macron

AFP
02/09/2020 às 09:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:43

O novo primeiro-ministro libanês, Mustapha Adib, realiza nesta quarta-feira consultas para formar um governo em tempo recorde sob pressão do presidente francês Emmanuel Macron.

Normalmente, o processo de formação de governos no Líbano pode demorar meses devido a bloqueios políticos.

Mas a situação é urgente para Mustapha Adib, ex-embaixador libanês na Alemanha, nomeado na segunda-feira.

A pressão internacional, especialmente da França, assim como nas ruas, amplificada pela explosão no porto de Beirute em 4 de agosto, tornou as reformas ainda mais urgentes para tirar o país de sua pior crise econômica em décadas.

Nesta quarta-feira, o papa Francisco disse que o Líbano enfrenta um "perigo extremo" e não pode ser "deixado por sua própria conta".

Em uma longa mensagem dedicada ao país após sua audiência geral, o papa pediu aos crentes do mundo "por um dia universal de jejum e oração pelo Líbano na próxima sexta-feira, 4 de setembro".

Essa data marcará um mês da terrível explosão no porto de Beirute que devastou a capital e na qual pelo menos 188 pessoas morreram e milhares ficaram feridas.

Visitando Beirute esta semana, pela segunda vez desde a explosão do porto, Emmnauel Macron anunciou que estaria de volta ao Líbano em dezembro para acompanhar o progresso feito e que convidaria as autoridades libanesas para uma reunião em Paris em outubro, organizada em paralelo a uma nova conferência de ajuda internacional ao Líbano.

"Acho que todos no Líbano percebem que não temos mais o luxo do tempo (...) Enfrentarão uma pressão cada vez maior da França, da comunidade internacional e dos doadores internacionais", disse Karim Emile Bitar, professor de ciência política.

"Mas os líderes libaneses são tão cínicos que estão dispostos a deixar o país cair no caos, ao invés de aceitar profundas reformas estruturais que, finalmente, levariam ao seu próprio desaparecimento", acrescentou.

O governo anterior de Hassan Diab renunciou alguns dias após a explosão.

O novo primeiro-ministro se reúne nesta quarta-feira com blocos parlamentares e deputados independentes para consultas não obrigatórias, de acordo com a Constituição, antes de formar um gabinete.

Adib, de 48 anos, foi nomeado poucas horas antes da chegada de Macron a Beirute pelas personalidades mais influentes da comunidade sunita, da qual o primeiro-ministro deve vir, conforme prevê o sistema confessional de distribuição do poder.

São as forças políticas das principais comunidades religiosas que vão decidir a formação do seu governo, ainda que tenham anunciado na quarta-feira que não esperam se sentir representadas nele.

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