INTERNACIONAL

Líbano conta os mortos em um cenário de caos e recebe Macron

Dezenas pessoas continuam desaparecidas após as explosões que deixaram pelo menos 137 mortos e 5.000 feridos em Beirute, a devastada capital libanesa, que recebe nesta quinta-feira o presidente francês Emmanuel Macron

AFP
06/08/2020 às 07:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 17:22

Dezenas pessoas continuam desaparecidas após as explosões que deixaram pelo menos 137 mortos e 5.000 feridos em Beirute, a devastada capital libanesa, que recebe nesta quinta-feira o presidente francês Emmanuel Macron.

O francês é o primeiro chefe de Estado a visitar o país desde a catástrofe de terça-feira.

Vários países, incluindo da França, enviaram socorristas e material para ajudar o Líbano a enfrentar a emergência após as explosões acidentais - segundo as autoridades - que destruíram o porto e parte da capital.

"A situação é apocalíptica, Beirute nunca viveu isto em sua história", afirmou o prefeito da cidade, Marwan Abboud, que não conseguiu conter as lágrimas na terça-feira ao observar a destruição no porto.

Até 300.000 pessoas estão desabrigadas, de acordo com Abboud, que decretou estado de emergência por duas semanas.

As enormes explosões foram provocadas por um incêndio em um depósito que armazenava 2.750 toneladas de nitrato de amônio há seis anos, sem medidas de precaução, de acordo com as autoridades. O porto ficou destruído e vários bairros de Beirute foram devastados: janelas de casas e prédios quebraram a vários quilômetros de distância.

Dezenas de pessoas continuam desaparecidas, segundo o governo. As equipes de emergência prosseguem com as buscas na esperança de encontrar sobreviventes.

O chefe da diplomacia libanesa, Charbel Wehbe, anunciou nesta quinta-feira a criação de uma comissão de investigação "que tem quatro dias para apresentar um relatório detalhado sobre as responsabilidades".

A tragédia aconteceu em um país que enfrenta uma profunda crise econômica, com uma inédita desvalorização de sua moeda, hiperinflação, demissões em massa e drásticas restrições bancárias.

Os efeitos da crise foram agravados pela pandemia de coronavírus, que obrigou nos últimos meses o governo a confinara a população durante mais de três meses.

A organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) teme a curto prazo uma escassez de farinha no Líbano, já que os silos de cereais instalados nas proximidades do porto foram destruídos.

Os libaneses estão em choque e revoltados após a catástrofe.

"Saiam todos! Vocês são corruptos, negligentes, destrutivos, imorais. São covardes. A covardia de vocês e sua negligência foi o que matou as pessoas", afirmou o jornalista Marcel Ghanem, que tem um programa de televisão de grande audiência.

A hashtag "enforquem eles" começou a ser utilizada no Twitter.

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