Os furacões no Atlântico não serão mais nomeados com letras do alfabeto grego - ao qual os meteorologistas tiveram de recorrer em 2020 devido à temporada recorde -, porque "podem gerar confusão" - anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM)
Os furacões no Atlântico não serão mais nomeados com letras do alfabeto grego - ao qual os meteorologistas tiveram de recorrer em 2020 devido à temporada recorde -, porque "podem gerar confusão" - anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Reunido na quarta-feira (17), o comitê de furacões da OMM para a América do Norte, Central e Caribe também retirou da lista para nomear os ciclones tropicais do Atlântico os nomes Dorian (2019) e Laura, Eta e Iota (2020), devido à destruição que deixaram em sua passagem.
Um recorde de 30 furacões no Atlântico na temporada de 2020 - oficialmente de 1º de junho a 30 de novembro - causou pelo menos 400 mortes e US$ 41 bilhões em danos.
A temporada foi tão ativa que a lista usada pela organização para nomear os furacões, que contém 21 nomes masculinos e femininos em ordem alfabética, esgotou-se e o alfabeto grego teve de ser usado pela segunda vez na história. A primeira foi em 2005.
As tempestades são nomeadas para facilitar sua identificação em mensagens de aviso.
Este ano vai começar com Ana, Bill e Claudette. O ano passado começou com Arthur e Bertha. A lista é reaproveitada a cada seis anos.
Ontem, porém, a OMM disse que o alfabeto grego será substituído por uma lista suplementar de nomes.
Esse alfabeto grego "é uma fonte de distração quando se trata de alertar sobre perigos e tempestades que, além disso, pode gerar confusão", declarou a OMM.
A lista suplementar de nomes, em ordem alfabética, excluirá, porém, as letras Q, U, X, Y e Z, devido à dificuldade de encontrar nomes facilmente reconhecíveis com essas letras em inglês, espanhol, francês e holandês, línguas faladas nas regiões afetadas do Atlântico e do Caribe.
"Esta lista será usada no lugar do alfabeto grego, quando a lista original se esgotar ao longo de uma temporada", explicou a OMM.
"Os furacões não entendem as fronteiras internacionais. Todos enfrentamos perigos semelhantes, devido aos sistemas tropicais. As consequências de uma única tempestade podem afetar vários países, por isso é fundamental que tenhamos um planejamento, coordenemos esforços e compartilhemos as dificuldades encontradas e as melhores práticas", comentou o diretor do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, Ken Graham.
Os nomes dos furacões são monitorados pela OMM, e a lista é reutilizada a cada seis anos. Se algum furacão for particularmente devastador, seu nome é removido e substituído, como foi o caso com os quatro aposentados esta semana.
Ao todo, 93 nomes foram retirados das listas utilizadas para a bacia do Atlântico desde 1953, quando o atual sistema de nomenclatura de tempestades começou a ser utilizado.
Os membros do comitê de furacões, procedentes dos serviços meteorológicos nacionais de toda região, também decidiram manter a data oficial de início da temporada de 2021 (1º de junho), apesar de as tempestades se formarem cada vez mais cedo.