O governo boliviano determinou neste domingo (7) o isolamento do Trópico de Cochabamba, zona de produção de coca e território de influência do ex-presidente Evo Morales, devido ao aumento dos casos do novo coronavírus
O governo boliviano determinou neste domingo (7) o isolamento do Trópico de Cochabamba, zona de produção de coca e território de influência do ex-presidente Evo Morales, devido ao aumento dos casos do novo coronavírus.
"Dispôs-se, a partir das zero hora, a suspensão do tráfego de transporte até o Trópico de Cochabamba, tanto de Cochabamba quanto no caminho para Santa Cruz (leste)", anunciou Wilson Santamaría, vice-ministro da Segurança Cidadã, durante coletiva de imprensa.
A região, com cinco municípios que concentram 190.000 habitantes, registra mais de 300 casos e apresenta informes de pessoas falecidas por COVID-19, que teriam sido sepultadas sem o cumprimento dos protocolos de segurança, o que eleva o risco de contágios, explicou a autoridade.
Dias atrás, um prefeito da região respondeu com um "parem de encher" à proposta do Ministro do Governo de isolar a região pela multiplicação de casos, argumentando que a medida visava a "abater a dignidade" dos moradores da região.
Situada no centro da Bolívia, o Trópico é uma das principais zonas produtoras de folha de coca, onde o ex-presidente Evo Morales presidia os sindicatos cocaleiros.
"Os que mais questionavam têm que sentir (a crise) na própria pele", disse Santamaría, ao mencionar que um dos prefeitos da região enfrenta uma situação de saúde crítica em um hospital privado de Santa Cruz.
O ministro da Defesa, Fernando López, anunciou por sua vez o isolamento de alguns bairros da localidade de Guayaramerín (na fronteira com o Brasil), para identificar os suspeitos de contágio e enviá-los a um centro de recuperação, onde poderão cumprir uma quarentena sem por em risco o restante da população.
A Bolívia soma 13.358 contágios e 454 óbitos por COVID-19.
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