INTERNACIONAL

L'Oréal vai retirar termos como 'clareador' de seus produtos

A gigante francesa do setor de cosméticos L"Oréal decidiu remover alguns termos, como "clareador", da descrição de seus produtos, em um contexto mundial de protestos antirracismo

AFP
27/06/2020 às 13:04.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:24

A gigante francesa do setor de cosméticos L"Oréal decidiu remover alguns termos, como "clareador", da descrição de seus produtos, em um contexto mundial de protestos antirracismo.

"O grupo L"Oréal decidiu remover os termos branco/clareador (white/whitening), claro/clareamento (fair/fairness, light/lightening) de todos os seus produtos destinados a homogeneizar a pele", afirmou a empresa em comunicado publicado em inglês, neste sábado (27), sem dar mais detalhes.

A decisão foi tomada depois que a filial indiana da Unilever anunciou na última quinta-feira (25) que mudaria o nome de seu creme para clarear a pele, o "Fair&Lovely" (algo como "Clara&Bonita"), diante de uma campanha considerada racista.

A multinacional anglo-holandesa do setor de alimentação e de cosméticos prometeu não usar mais o termo "claro" ("fair"), afirmando estar "comprometida com celebrar todos os tons de pele".

Nos Estados Unidos, em especial, mas também na França, na Índia, ou na Austrália, as marcas estão sob pressão, diante da amplitude dos protestos contra o racismo que se espalharam pelo mundo todo. As manifestações foram deflagradas após a morte de George Floyd, um afro-americano sufocado, por quase nove minutos, por um policial branco em Minneapolis.

Na Índia, os cremes clareadores são altamente cobiçados, especialmente entre as estrelas de Bollywood.

Uma de suas atrizes mais conhecidas, Priyanka Chopra, foi amplamente criticada nas mídias sociais por apoiar o movimento "Black Lives Matter" e, ao mesmo tempo, continuar sendo embaixadora de uma dessas marcas.

A gigante americana Johnson and Johnson decidiu ir ainda mais longe, ao proibir esta semana a venda de produtos para clareamento, criados para o mercado na Ásia e no Oriente Médio.

"O debate das últimas semanas destacou o fato de que alguns nomes, ou promessas, em nossos produtos Neutrogena e Clean & Clear, destinados a reduzir manchas, representavam a brancura, ou a clareza, como melhores do que o seu tom, único", lamenta o grupo, em um comunicado citado pela emissora NPR e pelo jornal "The New York Times".

"Essa nunca foi a nossa intenção. Uma pele saudável é uma pele bonita", acrescenta a Johnson and Johnson, que anunciou o fim de suas linhas Neutrogena Fine Fairness e Clear Fairness da Clean & Clear.

Nas últimas semanas, surgiram várias empresas decididas a mudar identidades visuais cheias de estereótipos raciais.

A American Quaker Oats (da PepsiCo) prometeu remover, até o fim do ano, sua "Aunt Jemima" de seus produtos. "Tia Jemima" é uma mulher negra que ilustra embalagens de "maple syryp" (ou xarope de bordo) e de preparo para panquecas há 130 anos.

Até o editor das cartas Magic, uma referência para os amantes dos jogos de carta, anunciou ter removido várias imagens com representações, ou alusões, racistas.

Na Austrália, os doces "Red Skins" e "Boys", fabricados há décadas pela Allen"s, em breve mudarão de nome, devido às suas "conotações", prometeu o grupo Nestlé.

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