Kamala Harris fará História na quarta-feira, quando for empossada como a primeira vice-presidente dos Estados Unidos, abrindo a via para a administração da Casa Branca mais diversa que o país já viu e ajudando a pôr um fim ao turbulento governo de Donald Trump
Kamala Harris fará História na quarta-feira, quando for empossada como a primeira vice-presidente dos Estados Unidos, abrindo a via para a administração da Casa Branca mais diversa que o país já viu e ajudando a pôr um fim ao turbulento governo de Donald Trump.
Harris já tinha sido pioneira, ao se tornar a primeira procuradora-geral negra da Califórnia e a primeira mulher de origem do sul da Ásia eleita para o Senado.
Ao chegar à vice-presidência, ela estará a um passo de liderar os Estados Unidos.
Com a promessa de Biden, de 78 anos, de cumprir um único mandato, Harris seria favorecida a ganhar a indicação presidencial do Partido Democrata em 2024.
Isto poderia colocá-la diante de um novo marco histórico: o de se tornar a primeira mulher a presidir os Estados Unidos.
"Esta eleição é sobre muito mais do que Joe Biden e eu", escreveu Harris no Twitter depois que a imprensa americana indicou que a eleição os favorecia com base em seus resultados estaduais.
"Trata-se da alma dos Estados Unidos da América e da nossa disposição em lutar por ela. Nós temos muito trabalho pela frente. Vamos começar", acrescentou.
Após ser apontada como companheira de chapa de Biden, em agosto, ela condenou Trump pela gestão caótica da pandemia de covid-19, mas também pelo racismo, pela economia e pela repressão à imigração.
Harris, de 56 anos, é filha de imigrantes radicados nos Estados Unidos. Seu pai, jamaicano, sua mãe, indiana, e ela mesma são a personificação do sonho americano.
Kamala Harris nasceu em 20 de outubro de 1964 em Oakland, Califórnia, então um epicentro do ativismo anti-guerra e dos direitos civis.
Seu diploma na historicamente negra Universidade Howard, em Washington, foi o início de uma ascensão contínua que a levou de promotora a cumprir dois mandatos como procuradora distrital de San Francisco e, depois, como procuradora-geral da Califórnia em 2010.
No entanto, a auto-descrição de Harris como uma "promotora progressista" foi confiscada por seus críticos, segundo os quais ela defendeu convicções equivocadas e se opôs a certas reformas na Califórnia, como um projeto de lei exigindo que o procurador-geral investigasse tiroteios envolvendo policiais.
"Reiteradas vezes, quando os progressistas a encorajavam a acolher reformas na justiça criminal como procuradora distrital e depois como procuradora-geral, a senhorita Harris se opôs a eles ou ficou em silêncio", escreveu a professora de direito Lara Bazelon ano passado no The New York Times.
No entanto, o trabalho de Harris foi chave para forjar uma plataforma e um perfil com o qual ela lançou uma bem sucedida campanha ao Senado em 2016, tornando-se a segunda mulher negra a ocupar um assento na Câmara alta americana.