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Justiça sueca arquiva caso de assassinato de premier em 1986

Mais de 30 anos após o assassinato do primeiro-ministro Olof Palme, a Justiça sueca anunciou nesta quarta-feira (10) o arquivamento do caso, já que o principal suspeito está morto, virando assim uma das páginas mais sombrias da história moderna da Suécia

AFP
10/06/2020 às 09:28.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:57

Mais de 30 anos após o assassinato do primeiro-ministro Olof Palme, a Justiça sueca anunciou nesta quarta-feira (10) o arquivamento do caso, já que o principal suspeito está morto, virando assim uma das páginas mais sombrias da história moderna da Suécia.

O suspeito, Stig Engstrom, conhecido por sua oposição feroz às políticas de esquerda de Olof Palme, morreu em 2000, aos 66 anos.

Olof Palme, carismático líder social-democrata, foi assassinado a sangue frio em Estocolmo em 28 de fevereiro de 1986, aos 59 anos, quando caminhava ao lado da esposa depois de sair do cinema, sem guarda-costas, que havia dispensado na ocasião.

Mais de 10.000 pessoas foram interrogadas nos últimos anos, e 134 confessaram o crime. Os documentos das investigações ocupam 250 metros de estantes. A arma do crime nunca foi localizada.

O assassinato teve um impacto terrível para os suecos, e analistas afirmam que o país "perdeu a inocência" naquele dia.

O promotor do caso, Krister Petersson, afirmou que considera Engstrom o principal suspeito.

"Como a pessoa está morta, não posso abrir um processo, ou interrogá-lo e, por isto, decidi arquivar o caso", declarou em uma entrevista coletiva por videoconferência.

Engstrom, que no momento do assassinato tinha 52 anos, foi interrogado como testemunha no início da investigação. A polícia o considerou pouco confiável, porque mudou de versão diversas vezes.

A imprensa acredita que ele mudou de versão para tentar confundir as pistas.

O filho de Palme, Marten, considera Engstrom culpado de assassinato, mas declarou a uma rádio sueca que, "dada a situação atual, acredito que seja razoável arquivar o caso".

Outro homem, Christer Pettersson, um viciado em drogas e autor de pequenos crimes, foi acusado pelo assassinato em julho de 1989, depois de ser identificado pela esposa de Olof Palme, Lisbeth, em uma apresentação de suspeitos muito criticada.

Petersson foi liberado por um tribunal poucos meses depois por falta de provas. Seu depoimento perdeu força pelas condições, repleta de irregularidades. Faleceu em 2004.

Lisbeth Palme, a viúva do primeiro-ministro, faleceu em 2018.

O promotor disse que os investigadores acreditam que Engstrom agiu sozinho, mas não descarta a possibilidade de complô.

"Não encontramos nenhum motivo para apoiar a tese de um complô, mas não está claro que ele não pudesse fazer parte de um", disse Petersson.

Ele afirmou ainda que Engstrom contou aos investigadores que chegou à cena do crime logo após os tiros e saiu antes da chegada da polícia. Os investigadores apontam, no entanto, inconsistências em seu relato.

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