O Tribunal Supremo do Paquistão desconsiderou nesta quinta-feira (28) uma série de recursos contra a absolvição do homem de origem britânica, condenado por ser o autor intelectual do sequestro e assassinato do jornalista americano Daniel Pearl, abrindo o caminho para a sua libertação
O Tribunal Supremo do Paquistão desconsiderou nesta quinta-feira (28) uma série de recursos contra a absolvição do homem de origem britânica, condenado por ser o autor intelectual do sequestro e assassinato do jornalista americano Daniel Pearl, abrindo o caminho para a sua libertação.
"O tribunal declarou que (o acusado) não cometeu delito algum neste caso", disse à AFP Mahmood Sheikh, que representava Ahmed Omar Saeed Sheikh.
"O tribunal disse que deve ser libertado de imediato", acrescentou.
A sentença foi anunciada um ano depois dos protestos internacionais, provocados pela decisão de um tribunal de instância inferior, de absolver este homem de 47 anos pelo homicídio do jornalista e reduzir sua sentença ao crime menor de sequestro.
A decisão anulava a sentença de pena de morte e determinava a absolvição após quase duas décadas na prisão.
A medida deste tribunal abriu a via para uma série de petições contra sua absolvição, inclusive a da família de Pearl.
Daniel Pearl era o chefe de redação do escritório do The Wall Street Journal no sul da Ásia. Ele foi sequestrado em Karachi, em janeiro de 2002, enquanto preparava uma matéria sobre militantes islâmicos.
Quase um mês depois, após vários pedidos de resgate, um vídeo mostrando sua decapitação chegou ao consulado dos Estados Unidos.
A Casa Branca reagiu, dizendo-se "indignada" com a absolvição, que qualificou de uma "afronta às vítimas do terrorismo em todas as partes".
Os Repórteres Sem Fronteiras também criticaram a decisão, dizendo em nota que "permanecerá como um símbolo da impunidade absoluta em torno dos crimes de violência contra jornalistas".
Mahmood Sheikh, um "extremista" nascido no Reino Unido que estudou na prestigiada London School of Economics e esteve anteriormente envolvido em outros sequestros de estrangeiros, foi detido após o sequestro de Pearl e condenado à forca.
Os advogados da família de Pearl afirmaram que Sheikh desempenhou um papel crucial na organização do sequestro do jornalista e que ordenou sua execução.
Já os advogados do réu sustentam que seu cliente foi um bode expiatório, condenado sem provas suficientes.
Sheik e os três outros homens condenados por sua participação no sequestro permaneciam detidos sob uma ordem de emergência do governo da província de Sindh. Para as autoridades locais, eles representam um perigo público.
No ano passado, houve protestos internacionais quando um tribunal de primeira instância absolveu este homem de 47 anos do assassinato do jornalista e reduziu sua sentença para uma acusação menor de sequestro. Essa decisão revogava sua sentença de morte e ordenava sua libertação após quase duas décadas de prisão.
A medida desse tribunal deu lugar a uma série de petições contra sua absolvição, incluindo a da família de Pearl.