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Justiça indicia suposto espião alemão de origem egípcia

A Justiça alemã anunciou, nesta segunda-feira (16), a acusação de um suposto espião alemão de origem egípcia que trabalhava na assessoria de imprensa da chanceler Angela Merkel

AFP
16/11/2020 às 12:29.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:48

A Justiça alemã anunciou, nesta segunda-feira (16), a acusação de um suposto espião alemão de origem egípcia que trabalhava na assessoria de imprensa da chanceler Angela Merkel.

Nascido no Egito, Amin K. é suspeito de ter transmitido "informações ao Serviço de Inteligência Geral Egípcio (GIS)" durante anos, aproveitando sua posição privilegiada nos serviços em que trabalhou desde 1999.

No início de julho, a polícia disse ter aberto uma investigação contra ele.

O acusado trabalhou no serviço de visita do Centro de Imprensa Federal Alemão, o "Bundespresseamt", um departamento responsável pela comunicação das atividades da Chancelaria e, supostamente, forneceu informações ao SIG "pelo menos desde julho de 2010".

"O acusado queria ajudar a Inteligência egípcia, transmitindo suas observações sobre a forma como a mídia alemã lidava com a política interna e internacional relativa ao Egito, e também qualquer outra informação" relacionada ao país do Norte da África, acrescentou a Promotoria.

Não especifica se por esse meio também foi capaz de monitorar jornalistas egípcios credenciados na Alemanha.

Também teria tentado, sem sucesso, recrutar uma fonte de informação para o SIG entre 2014 e 2015.

Em troca das informações transmitidas, ele esperava receber tratamento preferencial das autoridades egípcias. Em particular, sua mãe teria sido ajudada a fazer valer seus direitos a uma pensão egípcia.

Também foi convidado para recepções oficiais como, por exemplo, na despedida do embaixador egípcio na Alemanha em 2019, relata a Promotoria.

De acordo com o relatório da Inteligência Interna Alemã, tanto o GIS quanto seu braço interno, o NSS, estão ativos na Alemanha.

Seu objetivo é, acima de tudo, coletar informações sobre opositores do regime egípcio do presidente Abdel Fatah al-Sissi residentes no país e, em particular, de partidários da Irmandade Muçulmana, proibida desde 2013 no Egito.

Exceto por um breve hiato após a revolta popular de janeiro-fevereiro de 2011 que derrubou o presidente Hosni Mubarak, o Egito é governado desde 1952 pelos militares.

Considerado o protetor do povo, o Exército é onipresente em toda sociedade, e seu papel tem-se ampliado nos últimos anos.

dac/ilp/mr/age/pc/mr/tt

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