Um tribunal belga condenou, nesta quinta-feira (4), um diplomata iraniano a 20 anos de prisão por planejar um ataque com explosivos contra uma reunião de opositores iranianos na França em 2018
Um tribunal belga condenou, nesta quinta-feira (4), um diplomata iraniano a 20 anos de prisão por planejar um ataque com explosivos contra uma reunião de opositores iranianos na França em 2018.
Assadollah Assadi foi acusado de "tentativas de assassinato de natureza terrorista" e "participação nas atividades de um grupo terrorista".
O homem de 49 anos nega qualquer responsabilidade pelos acontecimentos.
O tribunal de Antuérpia (norte) também condenou três outros cidadãos belgas de origem iraniana a penas que variam de 15 a 18 anos de prisão por cumplicidade na tentativa de realizar o ataque.
O casal formado por Nasimeh Naami, de 36 anos, e Amir Saadouni, de 40, recebeu de Assadi meio quilo de explosivos e um detonador. A dupla foi presa na Bélgica quando viajava para a França para realizar o ataque.
Naami foi condenada a 18 anos de prisão e Saadouni a 15.
Já o iraniano Mehrdad Arefani, de 57 anos, que tinha a missão de guiar o casal até o local do ataque, foi condenado a 17 anos.
A Promotoria de Antuérpia havia solicitado uma sentença de 20 anos contra Assadi em 27 de novembro.
Segundo a inteligência francesa, o objetivo do grupo era explodir um artefato em um congresso organizado por um grupo de oposição iraniano em junho de 2018 em Villepinte, nos arredores de Paris.
O governo francês acusou os serviços de inteligência da República islâmica de estar por trás da tentativa de ataque, algo que o governo iraniano sempre negou.
Na época, Assadi trabalhava na embaixada iraniana na capital austríaca, Viena. Ele foi preso durante uma viagem à Alemanha, onde não tinha imunidade diplomática.
Durante o processo, os investigadores revelaram possuir imagens que mostravam Assadi em Luxemburgo se preparando para entregar o pacote com os explosivos a Naami e Saadouni, dois dias antes do evento na França.
Preso na Alemanha, Assadi foi entregue às autoridades belgas em outubro de 2018.
De acordo com a acusação, Assadi é na verdade um agente dos serviços de inteligência iranianos "agindo sob cobertura diplomática".
Em 30 de junho de 2018, a coalizão de oposição Conselho Nacional de Resistência no Irã (CNRI) organizou sua reunião anual em Villepinte.
Nesse congresso participaram, entre outros, a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, sequestrada pela guerrilha das FARC durante seis anos, e várias personalidades americanas e britânicas.