A junta militar birmanesa "está, provavelmente, cometendo crimes contra a Humanidade" - declarou nesta quinta-feira (11) o principal especialista da ONU sobre este país asiático, afirmando que pelo menos 70 pessoas foram "assassinadas" na repressão das manifestações
A junta militar birmanesa "está, provavelmente, cometendo crimes contra a Humanidade" - declarou nesta quinta-feira (11) o principal especialista da ONU sobre este país asiático, afirmando que pelo menos 70 pessoas foram "assassinadas" na repressão das manifestações.
"Crescem as evidências de que a junta militar, dirigida por essa mesma cúpula, comete, provavelmente, crimes contra a Humanidade, incluindo assassinatos, desaparecimentos forçados, perseguição, tortura e prisões em violação da (...) lei internacional", declarou Thomas Andrews no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Examinem os fatos", implorou o especialista independente, encarregado pela ONU de monitorar a situação dos direitos fundamentais em Mianmar.
Andrews lembrou ao Conselho os requisitos para que alguns fatos sejam considerados crimes contra a humanidade.
"O fato de serem cometidos em meio a um ataque de grande amplitude ou sistemático contra uma população civil, seja qual for, e com o conhecimento dos fatos", disse.
A atual repressão em Mianmar faz parte dessa situação: é uma campanha coordenada contra a população civil, de grande amplitude, com cerca de 2.000 detidos até o momento, e são bem organizadas e executadas "com o conhecimento dos líderes" do governo, explicou.
Andrews reconheceu que cabe a um tribunal de justiça decidir a respeito, embora as provas já tenham começado a ser coletadas por um mecanismo de vigilância independente, criado em 2018 pelo Conselho dos Direitos Humanos, a mais alta instância da ONU sobre o assunto.
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