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Jovens podem decidir eleição nos EUA, se forem votar

A maioria dos menores de 30 anos nos Estados Unidos não vota. Este ano, porém, em uma eleição crucial entre dois septuagenários, especialistas antecipam que um número recorde irá às urnas em 3 de novembro, um movimento que pode inclinar a balança a favor dos democratas em estados indecisos como Pensilvânia, Michigan e Arizona

AFP
22/10/2020 às 13:49.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:46

A maioria dos menores de 30 anos nos Estados Unidos não vota. Este ano, porém, em uma eleição crucial entre dois septuagenários, especialistas antecipam que um número recorde irá às urnas em 3 de novembro, um movimento que pode inclinar a balança a favor dos democratas em estados indecisos como Pensilvânia, Michigan e Arizona.

Com universidades fechadas e milhões de pessoas confinadas devido ao coronavírus, campanhas virtuais buscam mobilizar estes jovens que representam mais de 20% do eleitorado. Nesse caminho, entra a ajuda de celebridades e de "influencers" com têm milhões de seguidores, dancinhas no TikTok, videogames, além de ligações, conversas pelo Zoom e mensagens por torpedos e aplicativos diversos.

Menos da metade dos americanos entre 18 e 29 anos votou na eleição presidencial de 2016.

"Temos o voto de maior impacto nos Estados Unidos, mas muitos não sabem disso. Acham que sua voz não importa", disse à AFP Caitlin Upkong, uma estudante do Michigan de 19 anos que votará este ano pela primeira vez e milita no Projeto Novos Eleitores, presente em 100 campi universitários.

Segundo uma última pesquisa nacional da Harvard Youth Poll, 63% dos americanos de 18 a 29 anos dizem que votarão nesta eleição, contra 47% há quatro anos.

Ainda conforme a mesma sondagem, 60% dos jovens garantem que vão votar no democrata Joe Biden, de 77, rival do presidente republicano Donald Trump, de 74.

Como a maioria dos jovens se identifica com bandeiras progressistas, como controle de armas, ou luta contra a mudança climática, os democratas em geral dedicam mais esforços para obter seu voto do que os republicanos.

"Temos tanto poder nesta eleição. Os jovens já estão votando a taxas mais altas do que nunca visto", comemora Larissa Sweitzer, de 27 anos, diretora da organização progressista NextGen America, na Pensilvânia, referindo-se ao voto antecipado.

Sweitzer disse à AFP que sua equipe registrou mais de 22.000 jovens eleitores na Pensilvânia desde 2016. Ela vai além: comunicam-se regularmente com eles e conseguiram fazer mais de 50.000 se comprometerem a votar.

Em 2016, Trump ganhou na Pensilvânia por apenas 44.000 votos; em Michigan, por menos de 11.000.

Fundada pelo milionário Tom Steyer, ex-pré-candidato democrata à Presidência, a NextGen America busca se conectar com 4,5 milhões de jovens em 11 estados-chave antes das eleições. Em março, fez uma transição para uma campanha 100% virtual.

Entre outras estratégias, a ONG recrutou 3.000 "influencers" em estados independentes, organizou um comício político no videogame viral "Animal Crossing", além de drag shows virtuais em torno das políticas LGBTQ e fóruns virtuais sobre temas de interesse.

"A campanha de Biden teve de se tornar muito criativa para ver como se aproximar destes jovens eleitores", disse à AFP Tom Bonier, presidente do instituto de pesquisas TargetSmart.

"É um desafio", completou.

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