O Reino Unido, que nesta quarta-feira (6) registrou mais de mil mortes por covid-19, precisava de um terceiro bloqueio para vencer a "corrida" de vacinação contra o coronavírus, defendeu o primeiro-ministro, Boris Johnson, diante do Parlamento, que aprovou retroativamente a medida
O Reino Unido, que nesta quarta-feira (6) registrou mais de mil mortes por covid-19, precisava de um terceiro bloqueio para vencer a "corrida" de vacinação contra o coronavírus, defendeu o primeiro-ministro, Boris Johnson, diante do Parlamento, que aprovou retroativamente a medida.
Diante de outra onda incessante desde a descoberta em dezembro de uma nova cepa aparentemente mais contagiosa, o país registrou 1.041 mortes nas últimas 24 horas, níveis iguais aos do pico de abril.
Com 77.346 mortes, o Reino Unido é mais uma vez o país da Europa mais afetado pela pandemia, superando a Itália, e na quarta-feira registrou 62.322 novos positivos.
Nesse contexto, acelerar a vacinação em massa aparece como a única esperança.
"Estamos numa corrida para vacinar pessoas vulneráveis mais rápido do que o vírus pode alcançá-las", disse Johnson, defendendo sua ordem de voltar a confinar o país. Anunciado repentinamente na noite de segunda-feira, ela entrou em vigor já na terça-feira.
"Mas se quisermos vencer esta corrida... Temos que dar ao nosso exército de vacinadores a maior vantagem possível" e "para isso, devemos ficar em casa mais uma vez", acrescentou.
Os 56 milhões de habitantes da Inglaterra entraram em seu terceiro confinamento nacional, após os da primavera no hemisfério norte e do mês de novembro, que permanecerão legalmente em vigor até 31 de março, segundo legislação aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos Comuns.
A Escócia também iniciou um novo bloqueio total para todo o mês de janeiro na terça-feira, enquanto o País de Gales e a Irlanda do Norte, que já estavam parcialmente confinados, fecharam suas escolas.
Apesar da hostilidade de alguns parlamentares da ala conservadora de Johnson, a medida para a Inglaterra foi aprovada por uma grande maioria, com 524 votos a favor e 16 contra, graças ao apoio da oposição trabalhista.
Seu líder, Keir Starmer, que há dias clamava por um novo confinamento, criticou mais uma vez a lentidão e a inconstância do governo em controlar a pandemia.
Pioneiro nos países ocidentais na campanha de vacinação, iniciada no dia 8 de dezembro, o Reino Unido já imunizou 1,3 milhão de pessoas com as vacinas desenvolvidas pela Pfizer / BioNTech e AstraZeneca / Oxford.
E tem como meta vacinar até meados de fevereiro todos os maiores de 70 anos, além dos trabalhadores da saúde, quase 14 milhões de pessoas.
"O calendário de vacinação é realista, mas não é fácil", reconheceu o conselheiro médico do governo Chris Whitty em uma entrevista coletiva na terça-feira.
Também o secretário de Estado responsável pela campanha, Nadhim Zahawi, considerou quarta-feira que se trata de um objetivo "muito ambicioso" mas alcançável, em declarações ao canal Sky News.