A primeira conversa era algo muito esperado: o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu colega chinês, Xi Jinping, iniciaram sua nova relação com um longo telefonema no qual cada um quis marcar seu território
A primeira conversa era algo muito esperado: o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu colega chinês, Xi Jinping, iniciaram sua nova relação com um longo telefonema no qual cada um quis marcar seu território.
"Ontem [quarta-feira, 10] à noite, passei duas horas sem interrupção ao telefone com Xi Jinping", anunciou nesta quinta-feira (11) o novo inquilino da Casa Branca no Salão Oval, mostrando sua vontade de ser firme diante de Pequim.
"Se não fizermos nada, eles nos esmagarão", acrescentou no final deste diálogo incomumente longo para os líderes das duas primeiras potências mundiais.
Hong Kong, Taiwan, a minoria muçulmana uigur: de acordo com o resumo do Executivo americano, Joe Biden foi muito mais objetivo nas questões sensíveis da atualidade, expressando suas "profundas preocupações" sobre a questão dos Direitos Humanos.
E, conforme o planejado, a resposta do homem forte de Pequim foi firme.
Segundo a mídia estatal chinesa, Xi convidou seu homólogo americano a ficar longe das questões que envolvem a "soberania da China e sua integridade territorial".
"Os Estados Unidos devem respeitar os interesses fundamentais da China e agir com prudência", ressaltaram.
Desde que chegou ao poder, Biden e sua equipe multiplicaram as advertências sobre a questão dos uigures.
De acordo com especialistas, mais de um milhão de pessoas dessa minoria muçulmana estão sendo mantidos presos em campos de reeducação política em Xinjiang.
Esta vasta região semidesértica, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão, está sob forte vigilância policial.
Pequim rejeita o termo "acampamentos" e assegura que trata-se de centros de formação vocacional, destinados a fornecer emprego para a população e manter o extremismo religioso sob controle.
Já em uma retórica mais proximidade do que a do governo anterior, Biden denunciou também durante a chamada telefônica as práticas econômicas "injustas e coercitivas" de Pequim, segundo a Casa Branca.
Ainda que Biden tenha mostrado claramente sua disposição de se distanciar da política externa de Donald Trump, a relação comercial com a China é uma das poucas questões onde ele poderia promover alguma continuidade em relação a seu antecessor.
Uma autoridade do governo americano, que falou anonimamente, ressaltou que a nova equipe concorda com a anterior em continuar a enfrentar Pequim no âmbito da "competição estratégica" entre as duas potências.