A mensagem mais conhecida de Jesus, o Sermão da Montanha, ensina a importância da paz, da honestidade, da simplicidade e da tolerância
A urgência por justiça Jonas e Fernanda, da OAB Piracicaba, refletem sobre as lições que Jesus nos deixou (Christiano Dihel Neto/Gazeta de Piracicaba)
Para os cristãos, o nascimento de Jesus Cristo significa o mais importante acontecimento da história do mundo. Durante os anos que pregou na Palestina, Jesus, segundo a crença cristã, realizou vários milagres e atraiu com isso muitos seguidores.
A mensagem mais conhecida de Jesus, o Sermão da Montanha, ensina a importância da paz, da honestidade, da simplicidade e da tolerância. A história de Jesus nos remete a um conceito de justiça democrática, perfeitamente aplicada nos dias de hoje.
"Vivemos nos últimos tempos acontecimentos que marcarão a história da humanidade, como a pandemia e a guerra, e que serviram para nos mostrar quão pequenos somos e, uma vez mais que devemos praticar o senso de justiça, o olhar ao próximo, a empatia, já que o conceito de justiça social parte do princípio de que todos têm direitos e deveres iguais, em todos os aspectos", reflete a advogada Fernanda Dal Picolo, presidente da OAB de Piracicaba.
Na análise do também advogado e membro da OAB local, Jonas Tadeu Parisotto, em um mundo repleto de conflitos, guerras, discursos de violência e ódio, como não se lembrar do Cristo e sua família, como não refletir e traçar um paralelo entre a Santa Família e inúmeras famílias de hoje nessa condição? "E onde está o nosso coração? No consumo, na comilança, no egoísmo ou sensível à sua mensagem?", questiona Parisotto.
Justiça social, com viés cristão, sugere Fernanda, é a pessoa entender e parar para refletir que sempre podemos estender uma mão ao próximo, não apenas no Natal, já que as necessidades, desde um simples abraço, ocorrem a todo tempo.
"Jesus Cristo nasceu miserável, excluído, foi perseguido e se tornou refugiado em outra nação, voltou à sua terra natal e pregou a sua mensagem tão singela quanto a sua existência: amor ao próximo e compaixão", reflete Parisotto.
Em 29 ou 30 d.C., Jesus foi preso em Jerusalém, condenado à morte pelo promotor romano Pôncio Pilatos, e pregado a uma cruz e deixado morrer ali. Jesus, dessa forma, também deixou o exemplo que todos têm direito de defesa para que não haja injustiças.
Foi à cruz porque quando pregava, Jesus também fez muitos inimigos nos círculos oficiais, pois também era visto como uma ameaça às autoridades. Cobrar, questionar, defender os mais fracos já era uma busca pelos direitos humanos.
"Em que pesem os altos e baixos, a justiça social vem sendo construída ao longo dos anos, sobretudo, com o advento da Constituição Federal de 1988. Novos paradigmas e políticas públicas, que visam compensar o desequilíbrio social, servem de argamassa para a construção de uma sociedade democrática, justa, fraterna e digna onde o exercício da cidadania seja, indistintamente, usufruído por todos e que, evidentemente, será o fermento necessário para fazer crescer nos corações e mentes, o sentido da solidariedade ao próximo e a sua efetiva sustentabilidade", explicou Parisotto.