A Promotoria de Tóquio anunciou, nesta quinta-feira (21), que prepara um pedido oficial de extradição para dois homens detidos no dia anterior nos Estados Unidos, suspeitos de terem ajudado o ex-presidente da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, a fugir da Justiça no final de 2019
A Promotoria de Tóquio anunciou, nesta quinta-feira (21), que prepara um pedido oficial de extradição para dois homens detidos no dia anterior nos Estados Unidos, suspeitos de terem ajudado o ex-presidente da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, a fugir da Justiça no final de 2019.
"Estamos nos preparando para solicitar rapidamente sua extradição", afirmou a Promotoria de Tóquio em comunicado.
Michael Taylor, de 59 anos, ex-membro das forças especiais americanas, que passou a trabalhar como segurança particular, e seu filho Peter Taylor, de 27 anos, foram presos na madrugada de ontem em Harvard (Massachusetts), segundo a Justiça americana.
À tarde, usando o uniforme prisional laranja e com máscaras para se protegerem do coronavírus, eles se apresentaram por videoconferência a um juiz federal de Boston, que explicou as etapas do processo.
Ambos apresentam "grande risco de fuga" e devem permanecer detidos até o pedido formal de extradição do Japão, consideraram os promotores em documentos judiciais do tribunal distrital de Massachusetts.
Peter Taylor estava se preparando para partir para o Líbano, onde Ghosn se refugiou.
Os Estados Unidos e o Japão têm um tratado de extradição, diferentemente do Líbano.
Os dois homens, assim como o libanês George-Antoine Zayek, são acusados pelo Japão de ter ajudado o magnata a escapar da Justiça japonesa durante uma fuga na noite de 29 de dezembro de 2019.
O advogado de defesa de Taylor, Paul Kelly, afirmou que o caso "não foi tão direto quanto parece" e que havia "outros" processos judiciais em um país que não era o Japão nem os Estados Unidos, sem dar mais detalhes.
Espera-se uma audiência para os próximos dias ou semanas.
"O status quo por enquanto será a prisão" de ambos, informou o juiz Donald Cabell.
Entre as acusações de peculato financeiro, Ghosn foi libertado sob fiança e cumpria prisão domiciliar.
Entre julho e dezembro de 2019, Peter Taylor fez várias viagens ao Japão e encontrou Ghosn pelo menos sete vezes, dizem os promotores.
Segundo os promotores, os Taylors e o libanês George-Antoine Zayek ajudaram Ghosn a se esconder dentro de uma grande caixa semelhante as usadas para transportar equipamentos musicais, que eles carregaram para um jato particular.
O controle de bagagem não era obrigatório naquele momento para esse tipo de aeronave.