INTERNACIONAL

Italianos e migrantes búlgaros se enfrentam por foco de COVID-19

As autoridades italianas enviaram reforços para uma cidade no sul da Itália, nesta sexta-feira (26), após confrontos entre italianos e membros da comunidade de imigrantes búlgaros, devido ao surgimento de um surto do novo coronavírus

AFP
26/06/2020 às 08:48.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:35

As autoridades italianas enviaram reforços para uma cidade no sul da Itália, nesta sexta-feira (26), após confrontos entre italianos e membros da comunidade de imigrantes búlgaros, devido ao surgimento de um surto do novo coronavírus.

Cerca de 700 pessoas, a maioria diaristas búlgaros que trabalham no setor agrícola, foram forçadas a se isolar desde segunda-feira em Mondragone, uma cidade localizada a 60 quilômetros a noroeste de Nápoles, depois da detecção de 43 pessoas infectadas com o vírus.

A decisão foi anunciada pelo presidente da região da Campânia, Vincenzo de Luca.

Os migrantes, que residem ilegalmente em um complexo de cinco prédios em um bairro popular, violaram a ordem de confinamento de 15 dias e saíram para protestar contra a "zona vermelha" na quinta-feira (25). Houve grande tensão com os moradores italianos, que responderam atirando pedras e objetos.

Vários veículos pertencentes a residentes búlgaros foram danificados pelos italianos, que exibiam as placas estrangeiras dos carros como um troféu, segundo as imagens transmitidas pela televisão italiana.

Outro veículo foi incendiado durante a madrugada desta sexta, aumentando a tensão ainda mais.

A polícia teve de intervir em várias ocasiões, já que os italianos criaram grupos privados para controlar a entrada e a saída da zona vermelha, por medo de que o vírus se espalhe.

"Ninguém deve deixar esses prédios por 15 dias. A polícia e o Exército vão controlar a área 24 horas por dia", disse Di Luca à imprensa local.

"Se houver muitos casos positivos, ordenarei que quarentena para toda cidade", frisou.

Por enquanto, a área de confinamento se restringe a um bloco de quatro edifícios, ocupados principalmente por búlgaros. Muitos deles se encontram em situação clandestina no país e temem perder seu emprego no campo, devido ao confinamento.

Surtos de coronavírus estão surgindo em várias regiões da Itália, disparando alarmes entre as autoridades.

Primeiro país afetado pelo coronavírus depois da China, a Itália registra quase 35.000 mortos, metade deles no norte da península.

As autoridades de saúde continuam a expressar sua preocupação com uma segunda onda de contágios na península. A população parece ter perdido o medo da pandemia e tem ignorado as precauções.

Os jovens são os que menos respeitam as medidas de distância física, o que preocupa o governo, pois podem acabar espalhando o vírus para pais e avós.

"Isso pode acontecer em alguns meses, no outono", disse Walter Ricciardi, do comitê técnico que assessora o governo.

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