Grande parte da Itália retomou nesta segunda-feira (15) as medidas de restrição contra a covid-19, enquanto aumenta a pressão na França e na Alemanha para que adotem posturas mais rígidas, em um clima de receio na Europa a respeito do uso da vacina da AstraZeneca
Grande parte da Itália retomou nesta segunda-feira (15) as medidas de restrição contra a covid-19, enquanto aumenta a pressão na França e na Alemanha para que adotem posturas mais rígidas, em um clima de receio na Europa a respeito do uso da vacina da AstraZeneca.
Em todo mundo, já foram administradas mais de 350 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus. O fármaco da AstraZeneca, um dos mais baratos, é crucial para as nações mais pobres. Na Europa, vários países - Irlanda e Holanda os mais recentes no domingo (14) - suspenderam seu uso pelo temor de que provoque trombose, algo que não foi comprovado.
E, embora as campanhas de vacinação avancem, a ameaça do vírus persiste. Esse quadro levou a Itália a restabelecer, nesta segunda-feira, restrições em 75% do país até 6 de abril para enfrentar a propagação da variante detectada inicialmente no Reino Unido.
"Cada dose de vacina injetada é um passo a mais para a saída da crise", declarou no domingo o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza.
O Executivo pretende achatar a curva de contágios com a intensificação da imunização e das restrições.
As medidas incluem o fechamento de escolas, restaurantes, estabelecimentos comerciais e museus em Roma e em Milão, entre outras cidades. Os italianos receberam a recomendação de permanecer em casa, exceto para trabalhar, procurar um médico, ou por motivos de causa maior.
Na Alemanha, onde o governo flexibilizou recentemente algumas restrições relacionadas com os contatos sociais, a associação de médicos de unidades de terapia intensiva pediu o retorno "imediato" de medidas severas para enfrentar a terceira onda da pandemia, em especial pela propagação da variante britânica do vírus.
O diretor científico da associação, Christian Karagiannidis, afirmou que sem restrições mais duras o número de pacientes em UTIs pode aumentar rapidamente dos 2.800 atuais para "5.000, ou 6.000".
A França, que espera evitar outro confinamento nacional, tenta descongestionar as UTIs da região de Paris, saturadas com o aumento de casos de covid-19. Pacientes devem ser transferidos para outras áreas do país por via aérea e de trem.
A pandemia de coronavírus matou mais de 2,6 milhões de pessoas em todo mundo, e a maior parte da humanidade está submetida a restrições, de maior ou menor nível, contra a covid-19.
Portugal, que teve de impor um segundo confinamento geral em janeiro após a explosão de casos durante o Natal, reabriu nesta segunda-feira creches, escolas, salões de beleza e livrarias, como parte de um plano de flexibilização gradual do confinamento que prosseguirá até maio.
"Entramos hoje na primeira fase do desconfinamento, que deve ser muito prudente, gradual e a conta-gotas", afirmou no Twitter o primeiro-ministro António Costa. "Não podemos correr riscos e colocar tudo a perder", destacou.
Envolvidas na luta contra o vírus, as autoridades de saúde de Itália e França respaldaram a vacina anticovid da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, enquanto outros países suspenderam o uso por medo de possíveis efeitos colaterais, como trombose.
Irlanda e Holanda se uniram no domingo à decisão de suspender a aplicação da vacina, medida que já havia sido adotada por Dinamarca, Noruega e Bulgária.