O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta críticas cada vez mais duras devido ao ressurgimento da epidemia de COVID-19 no país, que nesta sexta-feira (17) levou o governo a restabelecer restrições
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta críticas cada vez mais duras devido ao ressurgimento da epidemia de COVID-19 no país, que nesta sexta-feira (17) levou o governo a restabelecer restrições.
Para "evitar um confinamento geral devido ao forte aumento da mortalidade vinculada ao coronavírus", o gabinete do primeiro-ministro e o Ministério da Saúde anunciaram que a maioria dos comércios não-essenciais e locais públicos deverão fechar neste fim de semana, até nova ordem.
De sexta à noite até domingo pela manhã, "lojas (consideradas não essenciais), shopping centers, salões de beleza, bibliotecas, zoológicos, museus, piscinas, atrações turísticas e os bondes estão fechados", indicaram em comunicado.
"Qualquer violação dessas restrições será considerada crime", acrescentou.
Netanyahu já enfrentou muitas outras crises, mas desta vez parece cambalear diante da gerada pela pandemia.
De acordo com uma pesquisa realizada essa semana pelo canal 13, 61% dos eleitores estão "descontentes" com sua gestão da epidemia.
Trata-se de uma mudança brusca, já que as medidas muito rigorosas adotadas no início da crise concederam ao primeiro-ministro um aumento de sua popularidade.
Segundo o centro de pesquisa Israel Democracy Institute (IDI), o apoio a Netanyahu passou de 57,5% para 29,5% entre abril e julho.
Com nove milhões de habitantes, Israel registrou oficialmente 46.059 casos do novo coronavírus, incluindo 384 mortes.
Assim como outros líderes, o primeiro-ministro israelense oscilou entre a necessidade de reabrir a economia e ao mesmo tempo evitar uma segunda onda do vírus.
Mas não conseguiu nem um nem o outro: a propagação voltou a aumentar e os protestos contra as dificuldades econômicas se multiplicam, em um contexto de aumento do desemprego, que passou de 3,4% em fevereiro para 23,5% em maio (27% em abril).
No sábado, milhares de pessoas protestaram em Tel-Aviv. Na terça-feira, houve confrontos em frente à casa de Benjamin Netanyahu em Jerusalém.
Netanyahu fez seu mea culpa devido à reabertura muito rápida da economia, que disparou o número de casos.
As reuniões de mais de dez pessoas em locais fechados e de vinte ao ar livre estão agora proibidas, uma decisão "política" para impedir as manifestações, segundo o deputado Ofer Cassif da Lista Unida, aliança de partidos árabes e comunistas.