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Israel e Emirados anunciam isenção de vistos, medida inédita para um país árabe

Israel e Emirados Árabes Unidos (EAU), que acabam de estabelecer relações, concordaram nesta terça-feira (20) em isentar seus cidadãos da obrigação de visto, a primeira medida do tipo que o Estado hebreu concede a um país árabe

AFP
20/10/2020 às 09:49.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:06

Israel e Emirados Árabes Unidos (EAU), que acabam de estabelecer relações, concordaram nesta terça-feira (20) em isentar seus cidadãos da obrigação de visto, a primeira medida do tipo que o Estado hebreu concede a um país árabe.

Uma delegação dos EAU, liderada pelo ministro de Assuntos Financeiros Obaid Al Tayer e pelo ministro da Economia Abdallah bin Tuq Al Mari, chegou a Israel para a primeira visita oficial desde o acordo de normalização das relações entre os países.

Os participantes chegaram ao aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv a bordo de um avião da companhia Etihad Airways, acompanhados pelo secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, envolvido no processo de normalização. A visita será breve.

"Isentamos nossos cidadãos de vistos", anunciou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao receber a delegação no aeroporto.

"Hoje escrevemos a história que vai perdurar durante gerações", afirmou Netanyahu, ao lado de Tayer e Mnuchin. "Recordaremos este dia como um dia glorioso para a paz", completou.

Após o discurso, representantes israelenses e dos Emirados assinaram quatro acordos sobre a isenção de vistos, proteção dos investimentos, aviação e cooperação científica.

O ministério israelense das Relações Exteriores confirmou à AFP que os cidadãos dos Emirados são os primeiros de um país árabe que podem viajar a Israel sem visto.

Com economias abaladas pela pandemia de covid-19, os dois países esperam colher rapidamente os frutos de suas novas relações, que romperam o "consenso árabe" que apresentava como condição prévia a qualquer normalização de relações com Israel a solução do conflito israelense-palestino.

Os dois países assinaram em 15 de setembro em Washington, diante do presidente Donald Trump, o acordo de normalização. O Bahrein assinou no mesmo dia um acordo similar.

Os dois Estados do Golfo são os primeiros países árabes que normalizam as relações com Israel depois do Egito (1979) e da Jordânia (1994).

O governo dos EAU ratificou na segunda-feira o pacto, validado na semana passada pelo Parlamento israelense.

Os palestinos denunciaram os acordos como uma "traição".

Os acordos assinados por Emirados e Israel contribuirão para melhorar a segurança regional e "garantir a prosperidade econômica para todas as nações envolvidas", declarou na segunda-feira Mnuchin.

No fim de agosto, um primeiro voo comercial direto viajou de Tel Aviv a Abu Dhabi, com uma delegação israelense oficial a bordo. E um primeiro voo da Etihad Airways pousou na segunda-feira em Israel para levar profissionais israelenses de turismo aos Emirados.

Emirados e Bahrein, monarquias árabes sunitas do Golfo, nunca estiveram em conflito com Israel, mas compartilham com o país uma animosidade a respeito do Irã xiita, grande inimigo dos Estados Unidos na região.

Os países são aliados da Arábia Saudita, líder das monarquias do Golfo e rival regional do Irã.

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