A Irlanda se tornou, nesta quarta-feira (21), o primeiro país da Europa a reconfinar toda sua população, no momento em que o continente, atingido pela segunda onda da pandemia, aumenta as restrições para conter a disseminação do vírus da covid-19, que já infectou um milhão de pessoas na Espanha
A Irlanda se tornou, nesta quarta-feira (21), o primeiro país da Europa a reconfinar toda sua população, no momento em que o continente, atingido pela segunda onda da pandemia, aumenta as restrições para conter a disseminação do vírus da covid-19, que já infectou um milhão de pessoas na Espanha.
Na esperança de "celebrar o Natal de maneira adequada", nas palavras do primeiro-ministro Micheal Martin, os irlandeses deverão permanecer em casa por seis semanas a partir da meia-noite (20h00 de Brasília), mas as escolas permanecerão abertas.
Na Espanha, o ministério da Saúde notificou 16.973 casos nas últimas 24 horas, elevando o total para 1.005.295 desde o primeiro caso diagnosticado em 31 de janeiro na ilha de La Gomera, no arquipélago das Canárias.
A Espanha, com 47 milhões de habitantes e mais de 34.000 mortes causadas pela pandemia, é o sexto país do mundo a superar a barreira de um milhão de casos. Os outros cinco são Estados Unidos, Índia, Brasil, Rússia e Argentina, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.
No Reino Unido, o País de Gales (três milhões de habitantes) estará sujeito, a partir de sexta-feira, a um confinamento de duas semanas, a medida mais dura introduzida no país desde a primeira onda da doença na primavera boreal (outono no Brasil).
Na Irlanda e no País de Gales, estabelecimentos comerciais não essenciais serão fechados. Além disso, os irlandeses poderão deixar suas casas apenas para se exercitar em um raio de cinco quilômetros de sua residência, sob pena de multas.
Na Inglaterra, reuniões de mais de seis pessoas já foram proibidas, e 28 milhões de pessoas, ou metade da população, incluindo Londres, estão sujeitas a medidas ainda mais rígidas.
Na terça-feira, Manchester, uma cidade de 2,8 milhões de habitantes no noroeste da Inglaterra, foi colocada em nível de alerta máximo. A medida significa o fechamento de bares e "pubs" que não servem comida e a proibição de reuniões com pessoas de casas diferentes. Yorkshire sofrerá o mesmo destino no sábado.
Os sinais também são vermelhos na Itália, onde duas regiões, a rica Lombardia - a região de Milão, ao norte - e a Campânia - a de Nápoles, ao sul - estabelecerão toque de recolher, a partir de quinta-feira das 23h às 5h durante três semanas, para a primeira, e a partir de sexta-feira, para a segunda.
Primeiro país da Europa atingido pela pandemia na primavera (outono no Brasil), a Itália registra desde a última sexta-feira um aumento acentuado no número de contágios, com mais de 10.000 por dia. A Lombardia, seu coração econômico, é, mais uma vez, a mais afetada.
A situação é ainda pior na França, que na terça-feira registrou 163 novas mortes e mais de 20 mil novos casos. "Os números sobem muito rapidamente, rápido demais", declarou a Agência de Saúde da região de Paris.
As grandes metrópoles, incluindo Paris, ou seja, 20 milhões de pessoas, estão sujeitas a um toque de recolher das 21h às 6h desde o último fim de semana.
O toque de recolher também entrou em vigor na Eslovênia, na terça-feira: seus dois milhões de habitantes não poderão sair entre 21h e 6h.
Na República Tcheca, o governo anunciou nesta quarta um confinamento parcial: restrição de deslocamento, exceto para trabalho, compras e visitas médicas, fechamento de lojas e serviços.
Na Espanha, a cidade de Burgos, ao norte, juntou-se à lista crescente de municípios parcialmente isolados. Navarra terá o mesmo destino a partir de quinta-feira.