A Guarda Revolucionária do Irã anunciou nesta quarta-feira (22) o lançamento com sucesso de seu primeiro satélite militar, uma notícia que coincide com o aumento da tensão com os Estados Unidos na região do Golfo
A Guarda Revolucionária do Irã anunciou nesta quarta-feira (22) o lançamento com sucesso de seu primeiro satélite militar, uma notícia que coincide com o aumento da tensão com os Estados Unidos na região do Golfo.
Os Guardiões da Revolução expressaram sua satisfação com o lançamento bem-sucedido do satélite "Nour" (luz, em persa).
"Esta ação será um grande sucesso e um novo desenvolvimento no terreno espacial para o Irã Islâmico", reagiram os Guardiões em seu site, Sepahnews.
O satélite, lançado do deserto de Markazi (centro), foi colocado em órbita a cerca de 425 quilômetros da Terra, segundo essas fontes.
A televisão estatal transmitiu imagens do satélite ligado a um foguete para o lançamento na quarta-feira.
"Sinceros cumprimentos à Força Aérea dos IRGC (Guarda Revolucionária Iraniana, na sigla em inglês) por essa grande conquista nacional", tuitou o ministro das Telecomunicações iraniano, Javad Azari Jahromi, em referência ao exército encarregado de defender os valores ideológicos da Revolução Islâmica.
Israel denunciou o lançamento - ainda não verificado por fonte independente - como uma "fachada para o desenvolvimento [empreendido] pelo Irã de tecnologia balística avançada", alegando em comunicado que o Irã teria violado a resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU.
A determinação obriga Teerã a "não se envolver em nenhuma atividade relacionada a mísseis balísticos projetados para transportar cargas nucleares, incluindo o disparo de projéteis usando essa tecnologia de mísseis".
"Creio que o Irã deve ser responsabilizado pelo que fez", disse o secretário de Estado Mike Pompeo à imprensa.
O ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, disse no Twitter que o lançamento é uma "prova" de que mais pressão deve ser exercida sobre o Irã. "Os aiatolás não diminuíram a ritmo apesar do coronavírus", disse ele.
Em 9 de fevereiro, o Irã lançou, sem sucesso, um satélite de observação científica, chamado "Zafar" (vitória, em persa), alguns dias antes do 41º aniversário da Revolução Islâmica.
Irã e Estados Unidos se aproximaram de um confronto direto em várias ocasiões nos últimos anos.
Em 2018, a rivalidade entre Teerã e Washington aumentou quando o presidente americano, Donald Trump, retirou-se unilateralmente do tratado sobre o programa nuclear iraniano.
Em janeiro deste ano, a tensão voltou a aumentar quando um ataque com um drone dos Estados Unidos matou no Iraque o general Qassem Soleimani, comandante da Força Quds, responsável pelas operações no exterior da Guarda Revolucionária.