O Irã iniciou o processo para produzir urânio enriquecido a 20% na central de Fordo, muito acima do limite estabelecido pelo acordo internacional de 2015, informou nesta segunda-feira a imprensa estatal
O Irã iniciou o processo para produzir urânio enriquecido a 20% na central de Fordo, muito acima do limite estabelecido pelo acordo internacional de 2015, informou nesta segunda-feira a imprensa estatal.
"O processo para produzir urânio enriquecido a 20% começou no complexo de Shahid Alimohammadi (Fordo)", situado 180 quilômetros ao sul de Teerã, afirmou o porta-voz do governo, Ali Rabiei, citado no site da televisão estatal.
Em uma carta com data de 31 de dezembro, o Irã informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre sua vontade de produzir urânio enriquecido a 20%.
De acordo com o último relatório disponível da agência da ONU, publicado em novembro, Teerã enriquecia urânio a um grau de pureza superior ao limite previsto pelo acordo internacional de 2015 sobre seu programa nuclear (3,67%), mas não superava a barreira de 4,5%, e continuava cumprindo o regime estrito de inspeções do organismo.
Porém, sobressaltos foram registrados na questão desde o assassinato no fim de novembro do físico nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh.
Após o ataque, que o Irã atribui a Israel, o Parlamento iraniano aprovou uma polêmica lei que defende a produção e armazenamento de ao menos "120 kg ao ano de urânio enriquecido a 20%" e "acabar" com as inspeções da AIEA, destinadas a verificar que o país não desenvolva a bomba atômica.
O governo iraniano se declarou contrário à iniciativa, denunciada pelos outros signatários do acordo de 2015, que em dezembro pediram a Teerã a "não comprometer o futuro".
A partir de maio de 2019, Irã começou a liberar-se dos principais compromissos adotados no acordo de Viena, destinado a limitar seu programa nuclear em troca da suspensão de parte das sanções internacionais contra o o país.
As manobras começaram um ano depois do governo dos Estados Unidos abandonar unilateralmente o acordo e restabelecer as pesadas sanções contra o Irã, que privaram o país dos benefícios esperados do pacto.
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