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Irã executa homem condenado por espionar para EUA e Israel

O Irã executou, nesta segunda-feira (20), um homem que havia sido condenado por espionar as Forças Armadas em nome dos Estados Unidos e Israel e por ter ajudado a localizar um general iraniano assassinado pelos americanos com um drone - anunciou a Justiça

AFP
20/07/2020 às 09:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 19:56

O Irã executou, nesta segunda-feira (20), um homem que havia sido condenado por espionar as Forças Armadas em nome dos Estados Unidos e Israel e por ter ajudado a localizar um general iraniano assassinado pelos americanos com um drone - anunciou a Justiça.

Teerã e Washington estiveram à beira de um conflito em janeiro, após o assassinato pelos Estados Unidos do general Qassem Soleimani, morto em um ataque com drone perto do aeroporto de Bagdá, no Iraque.

Soleimani era o comandante da força Qods, a unidade de elite encarregada das operações externas da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regime iraniano.

Em resposta a esse ataque, Teerã lançou mísseis contra bases militares iraquianas abrigando militares americanos, causando danos materiais significativos, sem deixar vítimas, segundo Washington.

O ex-tradutor Mahmud Musavi Majd foi acusado de ter dado à CIA e ao Mossad informações sobre as forças iranianas na Síria e, especialmente, sobre os deslocamentos do general Soleimani.

"A sentença de Mahmud Musavi Majd foi executada na segunda-feira de manhã por espionagem, para que o caso de traição a seu país fique encerrado para sempre", disse o site oficial da Justiça iraniana, Mizan Online.

De acordo com um comunicado divulgado em junho, o processo judicial no caso Majd começou "muito antes" do assassinato do general e ele não esteve diretamente envolvido na operação de eliminação de Soleimani.

Majd imigrou para a Síria na década de 1970 com sua família e trabalhou como tradutor para inglês e árabe em uma empresa, informou Mizan, explicando que o condenado optou por ficar no país depois que a guerra começou, apesar da partida de sua família.

"Seu conhecimento do árabe e sua familiaridade com a geografia da Síria o aproximaram dos conselheiros militares iranianos e ele assumiu a responsabilidade por grupos localizados em Idlib e Latakia", acrescentou o site.

Majd não era um membro oficial da Guarda Revolucionária, mas "se infiltrou em várias áreas sensíveis com sua cobertura de tradutor", segundo Mizan.

Majd recebeu "dólares americanos para revelar informações sobre os comboios de assessores, equipamentos militares e sistemas de comunicação, os comandantes e seus movimentos, importantes áreas geográficas, códigos e senhas" até ser detectado e privado de acesso a essas informações.

Majd foi detido em 10 de outubro de 2018, de acordo com Mizan.

O Irã também anunciou a execução de Reza Asgari, um iraniano que trabalhava na divisão aeroespacial do Ministério da Defesa.

Asgari também recebeu quantias significativas de dinheiro por parte da CIA "vendendo informação" sobre mísseis, segundo a mesma fonte.

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