INTERNACIONAL

Irã destaca 'isolamento' dos EUA após retomada de sanções

O Irã reagiu neste domingo (20), pedindo ao mundo que se una contra as "ações temerárias" dos Estados Unidos, e destacou o "isolamento" de Washington, ao proclamar o retorno unilateral das sanções da ONU contra Teerã

AFP
21/09/2020 às 19:37.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:14

O Irã reagiu neste domingo (20), pedindo ao mundo que se una contra as "ações temerárias" dos Estados Unidos, e destacou o "isolamento" de Washington, ao proclamar o retorno unilateral das sanções da ONU contra Teerã.

"Esperamos que a comunidade internacional e todos os países do mundo se oponham a estas ações temerárias do regime na Casa Branca e falem com uma única voz", afirmou o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, em uma entrevista coletiva em Teerã.

"O mundo inteiro está dizendo que nada mudou", disse Khatibzadeh, acrescentando que as sanções estão vigentes apenas no "mundo imaginário" do secretário Mike Pompeo.

"Isso é muito barulho por nada, e acho que estes são os dias e horas mais amargos para os Estados Unidos", completou.

Apontando que o governo americano está "isolado" e "do lado errado da história", Khatibzadeh sugeriu que os EUA "voltem ao seio da comunidade internacional, a seus compromissos, que pare de se rebelar, e o mundo o aceitará".

O Ministério russo das Relações Exteriores também reagiu neste domingo, condenando a declaração unilateral dos EUA.

"As iniciativas e ações ilegítimas dos Estados Unidos, por definição, não podem ter consequências legais internacionais para outros países", destacou a Chancelaria russa, em um comunicado.

Aliada do Irã, Moscou acusou os EUA de tomarem uma decisão "teatral" e insistiu em que os comunicados de Washington "não correspondem à realidade".

"O mundo não é um videogame americano", diz o Ministério russo.

"Em agosto, todos dissemos claramente que esta manobra é ilegítima. Washington está surda?", tuitou Dmitri Polianski, embaixador adjunto da Rússia na ONU.

"É muito doloroso ver um grande país se humilhar assim e se opor, em um obstinado delírio, aos outros membros do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

Ontem, sábado (19), os Estados Unidos anunciaram, de forma unilateral, que as sanções da ONU contra o Irã voltaram a vigorar e prometeram punir seus violadores. A medida corre o risco de aumentar seu isolamento, assim como as tensões internacionais.

"Hoje, os Estados Unidos dão as boas-vindas à retomada de praticamente todas as sanções da ONU, previamente suspensas, à República Islâmica do Irã", disse ontem o secretário de Estado, Mike Pompeo.

Segundo ele, as medidas "voltaram a vigorar" a partir das 20h, no horário de Washington, D.C. (21h, em Brasília).

O governo de Donald Trump também prometeu "impor consequências" a qualquer Estado-membro da ONU que não cumpra as sanções, apesar de ser um dos únicos países do mundo a considerá-las em vigor.

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