INTERNACIONAL

Início tenso de campanha em referendo sobre independência da Nova Caledônia

Os separatistas e os partidários de seguir pertencendo à França apresentaram suas respectivas campanhas para o referendo sobre a independência da Nova Caledônia, em uma atmosfera que está se radicalizando e que faz temer conflitos

AFP
21/07/2020 às 14:38.
Atualizado em 25/03/2022 às 19:01

Os separatistas e os partidários de seguir pertencendo à França apresentaram suas respectivas campanhas para o referendo sobre a independência da Nova Caledônia, em uma atmosfera que está se radicalizando e que faz temer conflitos.

Em um primeiro referendo em 2018, os habitantes desse arquipélago francês, que está situado cerca de 1.500 quilômetros a leste da Austrália e que possui grande autonomia, votaram contra a independência (56,7%).

Muitos dos que votaram "não" temem as consequências na economia do arquipélago caso se separem da França. O Estado francês disponibiliza a cada ano 1,3 bilhões de euros ao arquipélago.

Segundo o Acordo de Noumeá, de 1998, pode haver uma terceira votação em 2022 caso os caledônios voltem a recusar a independência no referendo de 4 de outubro.

Muitos temem que esse referendo de autodeterminação reacenda velhas tensões entre os índios canaco, os indígenas da Nova Caledônia, e os brancos que se estabeleceram no arquipélago.

O local abriga um quarto do suprimento de níquel do mundo, um componente vital na fabricação de produtos eletrônicos.

Segundo Pierre Christophe Pantz, doutor em geopolítica, os partidos de união, que defendem a manutenção do arquipélago na França, e os partidos de independência, lançaram neste ano uma campanha "muito mais ofensiva do que em 2018".

Elie Poigoune, membro do comitê que busca garantir que a campanha ocorra sem problemas, concorda que "as posições são muito mais duras em 2020".

"O ódio, a violência e a exclusão são caminhos fáceis", acrescenta Poigoune, que fez um "pedido por calma".

Vários incidentes abalaram a campanha. Há dez dias, houve a queima de uma espécie de bandeira enorme pintada nas cores da França, que havia sido colocada por ocasião do feriado nacional francês.

O autor do incidente, que alegou tratar-se de um ato político, foi condenado a 12 meses de prisão.

Por sua vez, no último domingo, os partidos da união reuniram entre 5.000 e 8.000 pessoas em Numea para um piquenique "Azul-Branco-Vermelho", as cores da bandeira francesa.

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