O presidente da Fifa, Gianni Infantino, objeto de um julgamento criminal na Suíça desde quinta-feira, "respeitará qualquer decisão da Comissão de Ética" do órgão, informou nesta segunda-feira o vice-secretário-geral da mais alta entidade do futebol, Alasdair Bell
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, objeto de um julgamento criminal na Suíça desde quinta-feira, "respeitará qualquer decisão da Comissão de Ética" do órgão, informou nesta segunda-feira o vice-secretário-geral da mais alta entidade do futebol, Alasdair Bell.
"Não tenho dúvidas de que Gianni Infantino cumprirá todas as decisões da Comissão de Ética", declarou Bell, para quem não há, no entanto, "nenhuma evidência de comportamento criminoso ou antiético".
No domingo, a Fifa divulgou uma declaração na qual informou que o presidente continuará no cargo apesar dos procedimentos criminais abertos pela justiça suíça.
A Fifa não especificou nesta segunda se a Comissão de Ética, órgão da justiça interna da entidade, abriu uma investigação contra Infantino ou não.
Essa comissão "deve realizar sua própria análise e tomar sua própria decisão (...) Nesse caso, deve avaliar se existem elementos sérios que poderiam justificar uma suspensão", reiterou Bell.
Questionado sobre a ausência de Infantino na videoconferência com a imprensa, Bell garantiu que o presidente da Fifa estará "disponível e conversará com a mídia para limpar seu nome".
Na quinta-feira, o promotor federal extraordinário suíço Stefan Keller abriu um processo criminal contra Infantino e o primeiro promotor do cantão de Haut-Valais, Rinaldo Arnold, principalmente por "abuso de autoridade", "violação do sigilo de função" e "obstrução da ação criminal", de acordo com as autoridades.
O anúncio foi feito uma semana depois do pedido de demissão do procurador-geral suíço Michael Lauber, questionado por sua gestão do Fifagate e suspeito de conluio com Infantino.
Lauber, então responsável pela investigação sobre o Fifagate, e Infantino, se encontraram de forma informal em vários ocasiões em 2016 e 2017, o que provocou dúvidas sobre um eventual conluio.
O procurador Stefan Keller, nomeado no fim de junho para examinar as denúncias penais apresentadas contra Lauber e Infantino, pediu a retirada da imunidade do primeiro para também ter condições de iniciar um processo contra ele.
Ele concluiu que "existem elementos que constituem um comportamento questionável" após um dos encontros entre Michael Lauber, o presidente da FifA e o primeiro promotor do cantão de Haut-Valais, Rinaldo Arnold.
O Fifagate começou com a operação da polícia de Zurique contra dirigentes da Fifa no hotel Baur au Lac em 2015. Na ocasião, a entidade era presidida por Sepp Blatter.
Mais de 40 pessoas foram indiciadas até o momento pela justiça americana no "Fifagate", que revelou um vasto sistema de corrupção.
Na Suíça, mais de 20 processos relacionados com a Fifa foram abertos nos últimos cinco anos.