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Incidentes em Paris à margem de protesto contra violência policial

Um protesto em Paris contra a violência policial degenerou em distúrbios na noite desta terça-feira (2), com indivíduos erguendo barricadas e atirando projéteis na direção dos agentes, observaram jornalistas da AFP

AFP
03/06/2020 às 15:06.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:42

Um protesto em Paris contra a violência policial degenerou em distúrbios na noite desta terça-feira (2), com indivíduos erguendo barricadas e atirando projéteis na direção dos agentes, observaram jornalistas da AFP.

"Incidentes à margem da manifestação proibida nos quais as forças de segurança estão intervindo", tuitou pouco depois das 21h locais (16h de Brasília) a prefeitura da polícia, que não havia autorizado a manifestação, à qual compareceram milhares de pessoas nas imediações do Palácio de Justiça e que foi dispersada.

A prefeitura proibiu o protesto devido à emergência sanitária do novo coronavírus, que não permite concentrações de mais de dez pessoas e também pelo risco de "distúrbios".

Os manifestantes foram convocados pelo comitê de apoio à família de Adama Traoré, um jovem negro de 24 anos, falecido em 2016 após ser detido.

A concentração, que começou no fim da tarde na esplanada em frente ao tribunal no nordeste de Paris, foi perturbada pelo lançamento de projéteis, o que levou a polícia a usar bombas de gás lacrimogênio.

Os manifestamtes se dispersaram pelas ruas vizinhas e no boulevard periférico que cerca a capital francesa, onde centenas deles bloquearam parcialmente a passagem dos veículos.

Nesta via foram registrados vários confrontos esporádicos, durante os quais a Polícia recorreu a balas de borracha.

Nas ruas foram erguidas barricadas e algumas bicicletas foram incendiadas.

No início do protesto, Assa Traeoré, irmã mais velha de Adama, disse: "Hoje não se trata apenas da luta da família Traoré, trata-se da luta de todos vocês [...] Hoje, quando lutamos por Georges Floyd, lutamos por Adama Traoré".

Diante da jovem, porta-voz do Coletivo Adama, os manifestantes gritavam "Revolução" ou "Todo mundo odeia a polícia".

O chamado à manifestação coincidiu com uma onda de protestos nos Estados Unidos após a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos asfixiado por um policial branco em Mineápolis.

Em 19 de julho de 2016, Adama Traoré faleceu em uma delegacia nos arredores de Paris duas horas após ter sido detido. O caso se tornou um símbolo da violência policial.

burx-pid/fjb/jvb/yow/mvv

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