INTERNACIONAL

História agitada das negociações com os talibãs no Afeganistão

Entre abordagens frustradas, esperanças de cessar-fogo e influência regional, as negociações de paz com os talibãs foram uma série de oportunidades fracassadas que mantiveram o país em quase duas décadas de conflito sangrento

AFP
27/02/2020 às 18:12.
Atualizado em 07/04/2022 às 09:24

Entre abordagens frustradas, esperanças de cessar-fogo e influência regional, as negociações de paz com os talibãs foram uma série de oportunidades fracassadas que mantiveram o país em quase duas décadas de conflito sangrento.

As discussões entre os Estados Unidos e os talibãs começam antes da intervenção americana em 2001, o que precipitou sua queda.

De acordo com documentos confidenciais liberados pelo governo americano, durante a presidência de Bill Clinton foram mantidos contatos secretos com o grupo, o que não impediu os ataques de 11 de setembro de 2001 no território americano perpetrados pela Al Qaeda do Afeganistão.

Desde a operação dos Aliados, os talibãs concordaram em depor suas armas em troca de uma anistia. Mas os "falcões" da diplomacia americana, certos de sua vitória militar, recusaram a oferta.

"Cada pilar do regime talibã será destruído", ameaçaram os Estados Unidos em uma mensagem a Mulá Omar, fundador do movimento, em outubro de 2001.

Os insurgentes se mudaram para o vizinho Paquistão, de onde começaram uma guerrilha sangrenta, retornando gradualmente ao território afegão.

As perdas colossais para as forças de segurança afegãs, apesar do apoio dos Estados Unidos, forçaram Washington, após 18 anos de presença, a assinar um acordo sobre a retirada de suas tropas.

Tentativas de diálogo ocorreram em 2004 e depois em 2011.

Em 2013, os talibãs abriram um escritório político no Catar para negociar com os Estados Unidos, mas as negociações foram interrompidas depois que se declararam embaixada não-oficial de um governo no exílio, posição inaceitável para o governo afegão.

Uma reunião entre os talibãs e o governo afegão, organizada em julho de 2015 no Paquistão, cessou após a revelação da morte de Mulá Omar que ocorreu dois anos antes.

Em 2015, o presidente afegão Ashraf Ghani propõe negociações de paz com os talibãs e propõe o reconhecimento de seu movimento como partido político. O grupo ignora a proposta.

Em 2018, Ghani faz nova oferta e anuncia um cessar-fogo unilateral com os insurgentes da Aid-el-Fitr, que comemora o fim do Ramadã. Os talibãs anunciam três dias de cessar-fogo simultaneamente.

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