O herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong, foi condenado nesta segunda-feira (18), em Seul, a dois anos e meio de prisão por um caso de corrupção, deixando a gigante de tecnologia sul-coreana sem seu principal dirigente
O herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong, foi condenado nesta segunda-feira (18), em Seul, a dois anos e meio de prisão por um caso de corrupção, deixando a gigante de tecnologia sul-coreana sem seu principal dirigente.
Oficialmente, Lee Jae-yong é o vice-presidente da Samsung Electronics, fabricante líder mundial de smartphones e chips de memória.
Na realidade, porém, foi ele que assumiu a liderança do conglomerado desde que seu pai, Lee Kun-hee, o arquiteto da decolagem global do grupo, renunciou por problemas de saúde. O patriarca faleceu em outubro.
A Samsung é, de longe, o maior dos "chaebols", os impérios industriais familiares que dominam a 12ª maior economia do mundo.
Seu faturamento global representa um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) da Coreia do Sul e é crucial para a saúde econômica do país.
Sujeito a um novo julgamento no caso que provocou o impeachment e prisão da ex-presidente Park Geun-hye em 2017, Lee Jae-yong foi condenado por corrupção e por malversação de fundos.
Em sua decisão, o Tribunal Distrital Central de Seul concluiu que ele "pagou subornos voluntariamente e pediu à presidente que usasse seu poder para facilitar sua sucessão tranquila" à frente do conglomerado.
"É muito lamentável que a Samsung, a maior empresa do país e líder mundial em inovação, esteja repetidamente envolvida em crimes cada vez que o poder político muda", acrescentou a Justiça.
O advogado da defesa, Lee In-jae, disse à imprensa, por sua vez, que "este é, essencialmente, um caso em que a liberdade e os direitos de propriedade de uma empresa foram violados pelo abuso de poder por parte da ex-presidente".
"Dada a natureza do caso, considero a decisão do tribunal lamentável", acrescentou.
O executivo de 52 anos se recusou a responder às perguntas dos jornalistas quando chegou livre ao tribunal. Depois que o veredicto foi anunciado, ele foi imediatamente levado sob custódia.
"É realmente um grande golpe, uma grande crise para a Samsung", comentou Kim Dae-jong, professor da Universidade Sejong.
Lee foi condenado pela primeira vez em 2017 a cinco anos de prisão por corrupção, malversação de fundos e outros crimes.
No julgamento de apelação, a maioria das acusações de corrupção foi rejeitada, e Lee recebeu uma sentença de prisão sob sursis. Posteriormente, o Supremo Tribunal ordenou um novo julgamento.
O caso envolvia milhões de dólares que o grupo pagou a Choi Soon-sil, a confidente nas sombras da presidente.