INTERNACIONAL

Guayaquil e seus erros no enfrentamento da pandemia de coronavírus

Guayaquil, mais do que qualquer outra cidade equatoriana, paga por seus erros ao lidar com a pandemia de coronavírus

AFP
12/04/2020 às 14:51.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:22

Guayaquil, mais do que qualquer outra cidade equatoriana, paga por seus erros ao lidar com a pandemia de coronavírus.

A capital econômica do país de 17,5 milhões de habitantes assistiu a imagens dantescas nos últimos dias.

Corpos foram vistos nas ruas embrulhados em sacos plásticos. O precário sistema de saúde entrou em colapso, com muitos profissionais infectados.

Longas filas de veículos com caixões de papelão se formaram nos portões dos cemitérios.

E o pior ainda está por vir. As autoridades esperam até 3.500 mortos durante a pandemia.

Segundo dados oficiais, a província de Guayas e sua capital, Guayaquil, concentram 73% dos quase 7.300 infectados, incluindo 315 mortos, desde 29 de fevereiro.

Com 2,7 milhões de habitantes, a portuária Guayaquil apareceu antes da emergência como um ponto vulnerável.

O primeiro caso foi o de uma mulher que voltou da Espanha. Quase meio milhão de equatorianos vivem naquele país e na Itália. Muitos migraram devido à crise financeira do final dos anos 90.

O fluxo de viagens é intenso, principalmente em fevereiro e março, época de férias escolares.

O Equador "reagiu tarde" às advertências sobre a disseminação do vírus pelo mundo, disse Daniel Simancas, epidemiologista da Universidade Tecnológica Equinocial (UTE).

Houve também atraso na compra de testes e a vigilância epidemiológica foi deficiente.

Erros que tinham como "terreno fértil" as condições sociais de Guayaquil.

Embora Guayas seja o estado que mais contribui para a produção do país (27%), sua capital registrou 11,2% de pobreza em dezembro, segundo dados oficiais.

O desemprego e o subemprego estão em torno de 20% na cidade, o que fez muitas famílias temerem a fome com o distanciamento social.

"As pessoas querem sair para produzir e isso se deve à mesma estrutura produtiva de emprego informal que existe em Guayaquil", disse à AFP o economista Alberto Acosta Burneo, da consultoria Spurrier.

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