Justiça proibe arruaças

‘Greve está mantida’, diz Sindicato dos Municipais

Para enfrentar a paralisação, o prefeito Luciano Almeida conseguiu na Justiça proibir piquetes em espaços públicos

Romualdo Cruz Filho
01/04/2022 às 07:02.
Atualizado em 01/04/2022 às 07:04
Prefeito convocou uma reunião de emergência com os comissionados (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Prefeito convocou uma reunião de emergência com os comissionados (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

“A greve está mantida. O encontro com os servidores públicos nesta manhã, em frente à prefeitura, está mantido, mesmo com o Interdito Proibitório”, afirmou ontem o diretor do Sindicato dos Municipais, Osmir Bertazzoni, durante coletiva de imprensa, na sede da entidade. Ele estava indignado com o posicionamento do prefeito Luciano Almeida, que colocava toda a responsabilidade pela greve nas costas do sindicato.

"O prefeito, ao afirmar o que afirmou desrespeita a responsabilidade dos servidores, que decidiram pela greve. Eles não são hipossuficientes, não precisam ser tutelados e sabem muito bem o que fizeram e as consequências da decisão que tomaram. Não são crianças".

De acordo com Bertazzoni, a proposta oficial de escalonar o reajuste das perdas salariais dos últimos três anos significa que os servidores "vão demorar seis anos para repor a perda total de 2019 a 2021, sem a garantia de reposição inflacionária de 2023 e 2024".

Ao ser informado que o governo tem se comprometido a repor a perda inflacionária dos dois anos subsequentes, ele voltou ao ataque: "Isso exige projeto de lei e aprovação da Câmara Municipal. Como podemos acreditar apenas em suas palavras sem nada que nos garanta a aplicação do que ele está dizendo?".

O diretor dos municipais afirmou também que a greve, pelo que tem sido conversado nos últimos dias, deve iniciar com força. "Em reunião com representantes da Educação, na tarde de quarta-feira, tivemos a certeza que mais de 80% da categoria vai aderir à greve. Em reunião com representantes da Saúde, no mesmo dia, tivemos a informação de que mais de 50% vão reforçar o movimento. A maioria dos guardas civis municipais também confirmou adesão. Será um movimento forte e todo movimento que começa forte é difícil de ser interrompido sem uma boa negociação".

Bertazzoni enfatizou sobre a postura do prefeito de colocar a culpa nas costas do sindicato e apresentar uma proposta que considera a melhor possível. "O prefeito segue a teoria do medo, acusando servidores e oprimindo-os, e nos ameaça com proibições, com punições em valores que não podemos pagar, como se isso pudesse fragilizar a decisão da categoria. Não vamos cair nas suas baixarias, vamos seguir a Lei de Greve e se preciso for vamos também acionar a Justiça, o Ministério Público etc. Também temos os tribunais ao nosso dispor".

Ainda no final da tarde de ontem, o prefeito Luciano Almeida convocou uma reunião de emergência com os comissionados, que lotaram o anfiteatro do Centro Cívico.

A imprensa tentou acompanhar o encontro, mas foi impedida, sob a alegação de que se tratava apenas de um trabalho interno. Questionados sob a razão de tanto sigilo, predominou o silêncio.

“É apenas uma reunião interna de trabalho”, enfatizou uma assessora. 

Serviços essenciais

Para o diretor do sindicato, no setor público todos os serviços são essenciais e ao se discutir o mérito dessa questão chegou-se a uma definição de serviços fundamentais.

"Não caso estamos falando dos serviços de saúde, como UPAs, incluindo o COT, SAMU, as farmácias que dão suporte aos serviços de urgência e emergência, setores estratégicos para o abastecimento de água, e todos os demais serviços que se enquadrarem como fundamentais para que a população não seja ainda mais penalizada", concluiu. 

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