INTERNACIONAL

Governo Trump luta pela primeira execução de uma mulher em décadas nos EUA

Uma batalha legal foi desatada nesta terça-feira (12) nos Estados Unidos para decidir o destino de uma mulher que o governo do presidente Donald Trump quer executar antes de deixar o poder, apesar das dúvidas sobre a saúde mental da detenta

AFP
12/01/2021 às 18:33.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:54

Uma batalha legal foi desatada nesta terça-feira (12) nos Estados Unidos para decidir o destino de uma mulher que o governo do presidente Donald Trump quer executar antes de deixar o poder, apesar das dúvidas sobre a saúde mental da detenta.

Se o governo vencer, Lisa Montgomery, de 52 anos, receberá a injeção letal na noite desta terça-feira em Terre Haute, Indiana, e seria a primeira mulher executada por autoridades federais desde 1953.

Se, ao contrário, o governo perder a batalha, a condenada poderia se salvar de uma execução, pois o presidente eleito, Joe Biden, que assumirá o cargo em oito dias, se opõe à pena capital.

Os advogados de Montgomery pediram clemência a Trump, sem negar a gravidade do crime que ela cometeu: em 2004, matou uma grávida para roubar seu bebê.

O juiz federal James Hanlon, do distrito sul de Indiana, ordenou ontem a suspensão da execução, a pedido dos advogados de Lisa. Os advogados justificam seu pedido pela saúde mental de seu cliente. Mas o governo apelou da decisão.

A defesa se apoia na saúde mental da cliente, que consideram incompatível com a execução.

"O estado mental atual de Montgomery se distancia tanto da realidade que lhe impede de entender racionalmente o motivo do governo para sua execução", justificou o juiz Patrick Hanlon.

O magistrado informou que o tribunal determinará uma nova data para outra audiência destinada a avaliar a saúde mental da ré.

O Departamento de Justiça apelou imediatamente porque o pedido de suspensão não foi apresentado antes de 8 de janeiro.

Qualquer que seja a decisão da corte de apelações, é provável que quer perder leve o caso à Suprema Corte e que esta decida em cima da hora.

Em 2004, impossibilitada de ter um novo filho, Lisa identificou sua vítima, uma criadora de cães, na Internet e foi até sua casa no Missouri com a desculpa de comprar um terrier.

Em vez disso, ela a estrangulou, abriu seu útero, pegou o bebê - que sobreviveu - e abandonou a jovem de 23 anos em uma poça de sangue.

Lisa Montgomery sofre de transtornos mentais em consequência de estupros coletivos de que foi vítima em sua infância, segundo os advogados, que pediram ao presidente que comutasse a pena capital para prisão perpétua.

Trump, um defensor ferrenho da pena de morte, ainda não respondeu ao pedido da defesa.

Desde a retomada das execuções federais nos Estados Unidos em julho, após um hiato de 17 anos, dez homens foram condenados à morte na prisão federal de Terre-Haute, onde Lisa Montgomery está cumprindo pena.

"Nas últimas horas da Presidência de Trump, há uma corrida para executar pessoas que estiveram no corredor da morte durante anos, ou até mesmo décadas. É uma loucura", denunciou ontem na rádio NPR o senador democrata Dick Durbin, informando que apresentará um projeto de lei para deter as execuções federais.

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