O governo da Colômbia pediu nesta quarta-feira a um tribunal de paz que expulse do Senado dois ex-comandantes rebeldes que confessaram que as extintas Farc mataram, em 1995, o líder e ex-candidato conservador Álvaro Gómez
O governo da Colômbia pediu nesta quarta-feira a um tribunal de paz que expulse do Senado dois ex-comandantes rebeldes que confessaram que as extintas Farc mataram, em 1995, o líder e ex-candidato conservador Álvaro Gómez.
Durante evento oficial em Bogotá, o presidente Iván Duque declarou que, diante da gravidade desta versão, qualquer um "deveria, imediatamente, perder a conotação de membro do Congresso".
O presidente conservador, crítico do acordo de paz com a antiga guerrilha, acrescentou que os confessos deveriam renunciar voluntariamente, para não "revitimizar" a família do dirigente. Caso contrário, disse esperar que a Justiça atue e retire a "representação parlamentar" dos antigos guerrilheiros.
Mais cedo, o conselheiro presidencial Miguel Ceballos pediu à Jurisdição Especial para a Paz (JEP) - criada a partir dos acordos que levaram ao desarmamento dos rebeldes, que avalie se há incompatibilidade entre a confissão de magnicídio e a permanência de Julián Gallo e Pablo Catatumbo no Congresso.
A dupla chegou ao Legislativo como parte do acordo de paz de 2016, juntamente com outros sete líderes do movimento armado dissolvido. A ex-guerrilha abandonou as armas e aceitou se submeter à JEP em troca de poder exercer cargos políticos e confessar seus crimes.
A confissão surpreendeu um país que, por muitos anos, acreditou que por trás do ataque estivessem políticos rivais, militares ou narcotraficantes. O caso foi declarado crime contra a humanidade e segue em investigação.
Para pessoas ligadas ao dirigente, trata-se de "uma grande mentira" com a qual se pretende ocultar os verdadeiros responsáveis. A Farc justificou o magnicídio citando a rejeição histórica de Gómez à rebelião comunista.
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