O governo afegão libertou, nesta terça-feira (26), cerca de 900 prisioneiros do Talibã, com a esperança que os insurgentes prolonguem o cessar-fogo declarado no sábado e que acaba hoje
O governo afegão libertou, nesta terça-feira (26), cerca de 900 prisioneiros do Talibã, com a esperança que os insurgentes prolonguem o cessar-fogo declarado no sábado e que acaba hoje.
Um jornalista da AFP presenciou a libertação de uma centena de detentos da prisão de Bagram, a 60 km de Cabul.
"Me sinto feliz em estar livre. Vou encontrar minha família depois de oito longos anos", disse Abdul Wasi, de 27 anos, da província de Kandahar (sul).
"Queremos um cessar-fogo permanente no país. Se as tropas estrangeiras forem embora, não lutaremos mais", acrescentou.
"Não sei o que farei no futuro, mas farei tudo para servir ao Islã", declarou, por sua vez, Qari Mohammadullah, que afirma ter perdido o pai e a filha única, que morreu de doença durante seus oito anos e dois meses atrás das grades.
Ao todo, cerca de 900 prisioneiros foram libertados nesta terça-feira, segundo o tenente-coronel Nazifullah Walizada, que supervisionava a operação do Ministério da Defesa.
Essas solturas buscam "promover a causa da paz, incluindo o prolongamento do cessar-fogo", tuitou o Conselho de Segurança Nacional.
"Esperamos que o Talibã estenda o cessar-fogo para que possamos iniciar o processo de paz", disse Faisal em entrevista coletiva.
"O futuro depende da próxima decisão do Talibã", apontou.
Contactados pela AFP, os insurgentes se mostraram otimistas. Uma primeira fonte anunciou que 200 prisioneiros pertencentes às "forças da administração de Cabul" serão "libertados nos próximos dias".
Mais tarde, outra fonte insurgente apontou que "é muito provável que eles estendam o cessar-fogo por sete dias, se o governo acelerar a libertação de prisioneiros (...). Quase todos os nossos líderes concordam com isso", acrescentou.
No entanto, Zabihullah Mudjahid, porta-voz oficial do Talibã, declarou "não dispor de nenhuma informação" a esse respeito.
Os rebeldes, que durante semanas multiplicaram os ataques mortais contra as forças afegãs, surpreenderam no sábado decretando uma trégua unilateral para que seus concidadãos "pudessem comemorar em paz e bem-estar" o Eid al-Fitr, a celebração que marca o fim do Ramadã, o mês do jejum sagrado muçulmano.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, imediatamente aceitou esta oferta.