O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta sexta-feira (8) que por causa do aumento no número de casos da COVID-19 decidiu prolongar a quarentena até 31 de maio no estado, ignorando as pressões do presidente Jair Bolsonaro, contrário ao confinamento
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta sexta-feira (8) que por causa do aumento no número de casos da COVID-19 decidiu prolongar a quarentena até 31 de maio no estado, ignorando as pressões do presidente Jair Bolsonaro, contrário ao confinamento.
"Eu gostaria de dar uma notícia diferente, mas o cenário é desolador. Teremos que prorrogar a quarentena até 31 de maio", disse Doria, em uma coletiva de imprensa.
São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, com 45,9 milhões de habitantes, se transformou no epicentro da pandemia no país, com cerca de um terço dos mais de 135.000 casos e 9.146 mortes registradas até a quinta-feira.
Doria havia declarado uma quarentena parcial em 24 de março, que foi por várias vezes estendida. Nesta sexta-feira, planejava-se o anúncio de um plano de flexibilização e recuperação econômica que seria aplicado por setor a partir de 11 de maio.
No entanto, o governador optou por prolongar o confinamento, já que nas últimas semanas a medida não foi totalmente respeitada, causando um aumento nos contágios da COVID-19.
Segundo o governo, São Paulo nunca alcançou os 70% de confinamento, considerado ideal pelas autoridades sanitárias para conter a propagação da doença.
De acordo com o governador, o plano de recuperação econômica será retomada assim que possível, no momento certo e respeitando a ciência.
"Estamos todos atravessando o pior momento desta pandemia, só não vê quem está cego pelo ódio ou pela ambição pessoal", enfatizou Doria.
Desde o começo da crise sanitária, o governador tem sido alvo constante das críticas de Bolsonaro, de quem foi aliado político.
Nesta sexta-feira, Doria disse que sua decisão de estender a quarentena era indiferente a pressões.
Embora não descarte um confinamento total se necessário, Doria não determinou medidas ainda mais restritivas.
O comércio considerado essencial continua funcionando em São Paulo, assim como algumas atividades da indústria e, embora a recomendação seja para as pessoas permanecerem em casa, não há proibição da circulação.
Seguidores de Bolsonaro têm realizado manifestações contra a quarentena.
"É muito triste ter que combater dois vírus ao mesmo tempo: o coronavírus e o Bolsonaro-vírus", disse Doria, mais tarde, em entrevista à GloboNews.