Os ministros das Finanças e chefes de bancos centrais dos países do G20 iniciaram, neste sábado (18), uma reunião virtual sobre a recuperação da economia mundial, gravemente afetada pelo coronavírus, em meio a pedidos de alívio da dívida para os países pobres
Os ministros das Finanças e chefes de bancos centrais dos países do G20 iniciaram, neste sábado (18), uma reunião virtual sobre a recuperação da economia mundial, gravemente afetada pelo coronavírus, em meio a pedidos de alívio da dívida para os países pobres.
As discussões entre os vinte países mais industrializados do mundo ocorrem enquanto a pandemia continua em toda parte, especialmente entre vários membros deste fórum, como Estados Unidos, Brasil, México e Índia.
Nesse contexto, as ONGs alertam o G20 - presidido este ano pela Arábia Saudita - sobre a ameaça de uma crise da dívida nos países mais pobres.
As autoridades "discutirão as perspectivas econômicas globais e coordenarão as ações coletivas para uma recuperação econômica global forte e sustentável", disseram os organizadores em comunicado antes da reunião.
Sinal de que o vírus ainda é muito ameaçador, as discussões, presididas pelo ministro das Finanças da Arábia Saudita, Mohammed al-Jadaan, e pelo governador do banco central saudita, Ahmed al-Kholifey, ocorrem virtualmente.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a economia global, apesar de alguns sinais de recuperação, enfrenta ventos contrários, incluindo a possibilidade de uma segunda onda pandêmica.
"Ainda não estamos fora de perigo", alertou a diretora-gerente, Kristalina Georgieva, em mensagem aos ministros de Finanças do G20, observando que a pandemia pode aumentar a pobreza e a desigualdade.
Revisando as previsões de crescimento, o FMI anunciou em junho que espera que o PIB global caia 4,9% em 2020 devido a uma contração maior que o esperado durante os períodos de confinamento.
Os US$ 11 trilhões gastos pelos governos do G20 para ajudar famílias e empresas evitaram uma situação ainda pior, mas "essas redes de segurança devem ser mantidas", disse Georgieva.
Os países do G20 anunciaram em abril uma moratória de um ano sobre a dívida dos países mais pobres, medida considerada insuficiente pelas ONGs.
Até o momento, 41 dos 73 países mais pobres se inscreveram na iniciativa, que permitirá economias de US$ 9 bilhões em 2020, disseram as organizações Oxfam, Christian Aid e Global Justice Now em um relatório divulgado na quinta-feira.
Mas esses 73 países ainda precisam pagar US$ 33,7 bilhões até o final de 2020.
"Os ministros das Finanças do G20 têm a missão de evitar uma catástrofe iminente para centenas de milhões de pessoas", declarou Chema Vera, diretora da Oxfam.
A Anistia Internacional pediu ao G20 que "cancele a dívida dos países mais pobres pelos próximos dois anos", enquanto o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, anunciou na sexta-feira que a França pediria durante o G20 para estender a moratória em 2021.
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Sola, anunciou que instará o G20 a criar um "fundo de solidariedade" global para combater a pobreza nos países afetados pelo coronavírus.
"Queremos decisões sobre a dívida, não apenas para os países mais pobres, mas também para os de renda média" empobrecidos pela pandemia, afirmou ele em Buenos Aires.