INTERNACIONAL

G20 não chega a acordo para cortar oferta de petróleo

Os ministros da energia dos países do G20 não chegaram a um acordo sobre o eventual corte na produção de petróleo, e o comunicado à imprensa divulgado no sábado após longas negociações não mencionou nenhuma redução

AFP
10/04/2020 às 23:18.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:16

Os ministros da energia dos países do G20 não chegaram a um acordo sobre o eventual corte na produção de petróleo, e o comunicado à imprensa divulgado no sábado após longas negociações não mencionou nenhuma redução.

As negociações duraram toda sexta-feira para tentar chegar a um acordo sobre uma queda significativa na produção de petróleo, inicialmente bloqueada pelo México.

Um acordo entre os Estados Unidos e o México para ajudar o lado mexicano a completar a cota de redução exigida pelos produtores parecia remover um obstáculo a um acordo global.

O comunicado conjunto emitido após o final da cúpula virtual organizada pela Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, inclui compromissos para cooperação futura na luta contra a pandemia de coronavírus, mas não menciona nenhuma redução.

"Estamos comprometidos em garantir que o setor de energia continue a dar uma contribuição completa e eficaz para derrotar o COVID-19 e permitir a recuperação global (econômica)", disseram os ministros no comunicado.

"Estamos comprometidos em tomar todas as medidas necessárias e imediatas para garantir a estabilidade do mercado de energia", acrescentaram.

Segundo Seamus O"Regan, representante do Canadá na reunião, os ministros "não discutiram os números" de uma possível redução na produção.

"As discussões que ocorreram hoje foram sobre uma solução multilateral para resolver essa instabilidade" de preços. "Não estamos falando de números, não se trata de números", disse O"Regan, ministro de Recursos Naturais do Canadá, durante entrevista coletiva após a reunião. Segundo ele, o grupo se reunirá "em breve".

Devido ao confinamento de metade da população mundial para limitar a pandemia do novo coronavírus, a demanda por petróleo está em queda livre, apesar de a oferta já estar em excesso.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), informou pela manhã sobre o acordo de redução da oferta mundial de 10 milhões de barris por dia (mbd) em maio e junho.

O compromisso foi obtido em uma reunião que terminou nas primeiras horas dos principais países produtores de petróleo, incluindo a Rússia, que não é membro do cartel, mas é o segundo maior produtor do mundo.

O México, que não é membro da Opep, não aprovou, o ue seria essencial para endossar o acordo na reunião, pois considerou excessivo seu esforço necessário (redução da produção de 400.000 barris por dia) em comparação com outros países.

Horas depois, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador anunciou ter chegado a um acordo com seu colega dos EUA, Donald Trump, para reduzir a produção de petróleo de seu país.

"O México cortará 100.000 barris e isso significaria que eles têm 250.000 a 300.000 barris a menos. Nós compensaríamos a diferença, eles nos reembolsariam em uma data posterior", disse Trump, acrescentando que alcançar essa meta precisará cortar "alguma produção nos Estados Unidos".

A retirada dos 10 mdb em maio e junho, e após oito mdb de julho a dezembro, ficaria a cargo principalmente da Arábia Saudita e da Rússia, mas pelo menos outros 20 países devem participar do esforço.

Segundo o representante do Canadá, Seamus O"Regan, os ministros de energia do G20 "não discutiram as cifras" sobre a possível redução da oferta mundial de petróleo na reunião desta sexta-feira.

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