Em plenas férias de verão, a França enfrenta um aumento nos casos de contágio de COVID-19 e não está livre de um surto descontrolado da pandemia, advertiu o Conselho Científico que aconselha o governo
Em plenas férias de verão, a França enfrenta um aumento nos casos de contágio de COVID-19 e não está livre de um surto descontrolado da pandemia, advertiu o Conselho Científico que aconselha o governo.
A mensagem é clara: "o vírus circula mais ativamente, devido a uma queda acentuada das medidas de distanciamento".
"A estabilidade é frágil e podemos avançar a qualquer momento para um cenário menos controlado, como na Espanha, por exemplo", completou o Conselho de Saúde para a gestão da COVID-19 nesta terça-feira.
Embora o número de mortos permaneça muito abaixo do que foi registrado no auge da epidemia na primavera, outros dados pressionam as autoridades a ligar o alerta.
O número de casos foi o primeiro a aumentar: na semana de 20 a 26 de julho, subiu 54% para 5.592 e o superou 1.000 novas infecções diárias.
O número de pacientes com COVID-19 em terapia intensiva aumentou, contrariando a tendência de queda observada desde o início de abril.
Segundo a Diretoria Geral de Saúde, 384 pacientes estão em estado grave.
O agravamento da epidemia é inevitável? Não é certo, responde o Conselho Científico, que incentiva os franceses a respeitarem as medidas de prevenção.
Em uma mensagem, nesta terça-feira de Toulon, o presidente Emmanuel Macron disse: "Ainda estamos no período da COVID-19 e, portanto, é importante que continuemos a respeitar as medidas de proteção, usar máscaras, lavar as mãos regularmente com álcool em gel e se prevenir".
No dia anterior, seu primeiro-ministro utilizou o mesmo tom: "não baixem a guarda", para evitar "um reconfinamento geral", que seria devastador para a economia, depois de dois meses de quase estagnação.
Frente a uma situação que se agrava, autoridades enfatizam o uso de máscaras.
Obrigatória em locais fechados desde 20 de julho, cada vez mais cidades as impõem em ambientes externos.
A partir de quarta-feira em Toulouse, será obrigatório nos bairros mais frequentados.
Em Paris, a prefeita Anne Hidalgo pediu nesta terça-feira a obrigatoriedade do uso em alguns locais públicos, como nas calçadas ao longo do Sena, mercados ao ar livre ou em torno de estações de metrô, uma medida que pode começar a ser aplicada "no próximas 48 ou 72 horas".