INTERNACIONAL

França e Espanha saem do confinamento por COVID-19, que ressurge na Ásia

Milhões de pessoas na Espanha e na França recuperaram parcialmente a liberdade de circulação nesta segunda-feira (11) com a suspensão das restrições impostas contra a pandemia do novo coronavírus, mas a OMS recomendou "vigilância extrema" para evitar uma nova onda de contágios, como na Coreia do Sul e na China

AFP
14/05/2020 às 00:37.
Atualizado em 30/03/2022 às 00:54

Milhões de pessoas na Espanha e na França recuperaram parcialmente a liberdade de circulação nesta segunda-feira (11) com a suspensão das restrições impostas contra a pandemia do novo coronavírus, mas a OMS recomendou "vigilância extrema" para evitar uma nova onda de contágios, como na Coreia do Sul e na China.

"Sentia muita falta disto", declarou Jesús Vázquez, um operário de 51 anos, que pediu um sanduíche e uma cerveja no terraço de um bar em Tarragona, Catalunha (nordeste) no primeiro dia da suspensão do confinamento na Espanha, onde, devido à persistência de riscos, parte do país, incluindo Madri e Barcelona, permanecem com restrições.

Na Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia, com 26.744 mortes, embora o número de óbitos esteja em queda, permitem-se reuniões em grupos de até dez pessoas, sentar-se em terraços com número limitado de pessoas ou ir a lojas sem agendar a visita previamente.

Na França, algumas lojas abriram e milhões de pessoas saíram de casa e voltaram ao trabalho, reativando uma economia que está quase parada há dois meses, mas com medidas de segurança, como o uso de máscaras obrigatório no transporte público.

Mas após vários dias de diminuições recorde nas mortes diárias (70 no domingo), a França teve 263 óbitos em 24 horas, elevando o balanço para 26.643 falecidos, diante do que as autoridades insistiram nas medidas de segurança.

Nos horários do rush nesta segunda-feira, o metrô de Paris ficou quase tão cheio quanto antes do confinamento. "Será impossível" o distanciamento, disse Brigitte, usuária da linha dois, que passa pelo centro da capital francesa.

Desde que emergiu na China em dezembro, a doença causou quase 284.000 mortes e contagiou 4,2 milhões de pessoas em 195 países, segundo o último balanço da AFP, feito com base em fontes oficiais.

A suspensão do confinamento é um sinal de "sucesso", avaliou nesta segunda-feira o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Mas ele advertiu que a volta à normalidade não pode se basear em uma hipotética "imunização coletiva".

No Reino Unido, com 32.065 mortes, o primeiro-ministro Boris Johnson, que inicialmente havia apostado nesta "imunidade de rebanho", foi alvo de duros ataques da oposição e dos sindicatos devido ao plano de desconfinamento anunciado na véspera, o qual qualificaram de "contraditório" e perigosamente "confuso".

A Itália, com 30.739 mortes, segue melhorando e registrou nesta segunda-feira pela primeira vez menos de mil pacientes em unidades de terapia intensiva.

Mas o temor de uma segunda onda ganha força, depois da informação, na China, de cinco novos casos de coronavírus em Wuhan, foco da pandemia, um dia depois de anunciar a primeira infecção em mais de um mês nesta cidade do centro do país.

Em Xangai, o parque de diversões Disneyland voltou a abrir as portas nesta segunda, mas com restrições. "Passamos dois meses trancadas, era um tédio mortal", disse à AFP uma visitante, acompanhada de uma menina de cinco anos.

A Coreia do Sul, onde a epidemia também estava controlada, registrou nesta segunda 35 novos casos, o maior número em mais de um mês, devido ao aparecimento de um foco em um bairro boêmio de Seul.

Na Alemanha, onde em três cantões foi superada a taxa crítica de 50 novos contágios por 100.000 habitantes, a chanceler Angela Merkel insistiu em que é "muito importante" que as pessoas respeitem as medidas de distanciamento.

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