A França desligou nesta segunda-feira (29) o segundo e último reator de sua mais antiga usina nuclear, localizada em Fessenheim (leste), uma vitória para os ativistas antinucleares, mas motivo de irritação para seus funcionários e a maioria dos 2
A França desligou nesta segunda-feira (29) o segundo e último reator de sua mais antiga usina nuclear, localizada em Fessenheim (leste), uma vitória para os ativistas antinucleares, mas motivo de irritação para seus funcionários e a maioria dos 2.500 moradores do município.
A usina de Fessenheim, em funcionamento desde 1977, motivou inúmeras manifestações e greves, não apenas na França, mas também na Alemanha e Suíça.
Os opositores insistiam que era velha, o que complicaria a substituição de algumas peças, e também na sua localização no grande Canal de Alsácia, uma região suscetível a terremotos. As críticas se intensificaram após a catástrofe na usina japonesa de Fukushima em março de 2011.
Outros, no entanto, consideram absurdo privar-se de uma fonte de energia que não emite CO2.
O reator foi desligado da rede às 23h00 locais (18h00 de Brasília). O primeiro tinha sido desconectado em 22 de fevereiro.
Pouco antes das 23h, cerca de 20 funcionários se reuniram no estacionamento em frente à usina para assistir ao seu desligamento definitivo.
Com lágrimas nos olhos, Philippe Formery o qualificou de "desperdício".
Alguns defensores da energia nuclear também se manifestaram em Paris, em frente à sede do Greenpeace.
Mais cedo, vários ativistas antinucleares comemoraram o desligamento com um trajeto por barco pelo Reno, na fronteira entre a França e a Alemanha, um lugar "símbolo da amizade franco-alemã na luta contra as usinas nucleares", segundo André Hatz, presidente de Stop Fessenheim.
"Por fim, é o fechamento desta usina que estamos esperando tanto tempo", declarou Charlotte Mijeon, porta-voz da Sair do Nuclear, insistindo em que esta é só uma etapa e que é preciso "continuar lutando".
O desmonte da usina levará muito tempo: estão previstos 15 anos para desmontar os dois reatores, a começar pela retirada do combustível radioativo, o que terminará, na melhor das hipóteses, em 2023.
O desmantelamento propriamente dito durará até 2040, no mínimo.
Doze reatores adicionais, dos 58 existentes na França, deixarão de funcionar antes de 2035, sem que isso implique o fechamento completo das usinas, como em Fessenheim.
A França conta com o segundo maior parque de reatores nucleares, atrás apenas dos Estados Unidos.
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