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França aguarda veredicto de julgamento por atentado contra Charlie Hebdo

A justiça francesa anunciará nesta quarta-feira o veredicto do julgamento pelos atentados contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado judeu em janeiro de 2015, que marcaram o início de uma onda de ataques extremistas na França

AFP
16/12/2020 às 08:52.
Atualizado em 24/03/2022 às 04:32

A justiça francesa anunciará nesta quarta-feira o veredicto do julgamento pelos atentados contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado judeu em janeiro de 2015, que marcaram o início de uma onda de ataques extremistas na França.

Após três meses e meio de um julgamento com grande cobertura da imprensa, o tribunal anunciará a partir das 16H00 (12H00 de Brasília) a sentença contra 14 pessoas, acusadas de fornecer apoio logístico aos autores dos ataques que mataram 17 pessoas entre 7 e 9 de janeiro de 2015.

"Hoje será encerrado finalmente o ciclo de violência que começou há quase seis anos na redação do Charlie Hebdo", escreveu em um artigo o diretor do semanário satírico, Laurent Sourisseau, também conhecido pelo pseudônimo Riss.

"Ao menos no plano penal porque, no humano, as consequências nunca serão apagadas", completou o chargista, um dos poucos sobreviventes do massacre.

Os autores materiais dos atentados, os irmãos Said e Chérif Kouachi, que abriram fogo contra a redação do Charlie Hebdo por ter publicado caricaturas do profeta Maomé, e Amédy Coulibaly, que matou um policial antes de invadir um supermercado judeu, morreram depois que cometeram os crimes.

Durante três meses, o julgamento, que foi interrompido diversas vezes devido à pandemia de covid-19, provocou a recordação do horror dos ataques e do período em que a França se tornou alvo de ataques islamitas.

Os promotores do departamento antiterrorista solicitaram penas de prisão que vão de cinco anos à prisão perpétua para os réus.

Os advogados de defesa consideram que as provas não são convincentes e advertiram contra a tentação de querer transformar os acusados em exemplo para atenuar a ausência dos autores materiais dos ataques.

Os promotores pediram prisão perpétua para Ali Riza Polat, um amigo franco-turco de Coulibaly, e Mohamed Belhoucine. Os dois são considerados "cúmplices" dos atentados. O segundo está sendo julgado à revelia - ele viajou para a Síria.

Polat admitiu no tribunal que praticou crimes, incluindo tráfico de drogas, mas negou ter qualquer conhecimento de um complô terrorista.

"Não fiz todas as coisas que dizem que eu fiz", afirmou no tribunal.

A namorada de Coulibaly, Hayat Boumeddiene, que fugiu para a Síria pouco depois dos atentados e uma das três pessoas julgadas à revelia, pode ser condenada a 30 anos de prisão.

A Promotoria antiterrorista também solicitou penas de entre cinco e 20 anos de prisão para os demais acusados, suspeitos de fornecer armas e equipamentos "com conhecimento do compromisso jihadista" dos autores dos atentados, segundo o procurador-geral.

Durante o julgamento, os sobreviventes dos ataques relataram cenas de horror.

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