INTERNACIONAL

Fracassa em Israel tentativa de acordo para formar novo governo

O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder centrista Benny Gantz não chegaram a um acordo para formar um governo de "unidade e urgência", apesar do prazo extra de 48 horas concedido a ambos para tentar superar a mais longa crise política da história do país

AFP
15/04/2020 às 21:41.
Atualizado em 31/03/2022 às 03:45

O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder centrista Benny Gantz não chegaram a um acordo para formar um governo de "unidade e urgência", apesar do prazo extra de 48 horas concedido a ambos para tentar superar a mais longa crise política da história do país.

Após 16 meses de governo de transição, três eleições legislativas e numerosos recuos, as equipes de Netanyahu, 70 anos, e Gantz, 60, se reuniram na noite desta quarta-feira, em um último esforço, que fracassou, segundo um comunicado conjunto.

Ambos haviam obtido, no último momento, uma prorrogação de 48 horas, até a meia-noite desta quarta (18H00 de Brasília), mas não se chegou a qualquer acordo, fazendo o mandato de Gantz fracassar, confirmou à AFP uma fonte da presidência israelense.

Netanyahu e Gantz se encontraram na noite de segunda-feira para tentar formar um governo estável, após o qual o presidente de Israel, Reuven Rivlin, concedeu-lhes mais 48 horas para continuar suas negociações para um governo sindical.

Esse executivo teria tirado o país da crise política em que está imerso, em meio a uma pandemia de coronavírus, que infectou mais de 12.500 pessoas em Israel.

O presidente Rivlin disse que, se eles não formassem um governo até o prazo estabelecido, ele provavelmente pediria ao parlamento israelense, o Knesset, para nomear um candidato a primeiro-ministro, uma decisão que caminharia para a convocação de eleições.

Nas últimas semanas, a tensão era clara entre as equipes de Netanyahu e Gantz, em particular envolvendo a escolha do futuro ministro da Justiça, que estará no cargo durante o julgamento do atual premier, denunciado por corrupção, malversação de fundos e abuso de confiança.

O julgamento de Netanyahu, o premier a mais tempo no poder na história de Israel, estava programado para começar em meados de março, mas a pandemia de COVID-19 levou ao fechamento dos tribunais e ao consequente adiamento.

As divergências também envolvem o ministro da Defesa e o projeto de anexação do vale do rio Jordão, na Cisjordânia ocupada.

Os principais dirigentes do partido de Gantz rejeitaram a ideia de um governo de "unidade e urgência" com Netanyahu, que agora enfrenta de fato uma oposição dividida e enfraquecida.

Na imprensa, uma pergunta se impõe: Benjamin Netanyahu realmente queria compartilhar o poder com Benny Gantz?

Netanyahu poderá agora provocar novas eleições, enquanto dirige o país com seu capricho e se beneficia das pesquisas de opinião altamente favoráveis, que aprovam sua gestão da pandemia.

A pesquisa mais recente na segunda-feira deu ao partido Likud de Netanyahu 40 cadeiras e um total de 64 deputados com seus aliados da direita radical e partidos ultraortodoxos, bem acima do limiar da maioria (61 cadeiras de 120 do Knesset), o que nenhum líder conseguiu nas últimas três eleições.

Com seu partido agora dividido, a equipe de Gantz não teria mais de 19 assentos, segundo esta pesquisa.

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