INTERNACIONAL

Foguetes atingem base iraquiana com soldados americanos dois dias antes da visita do papa

Ao menos 10 foguetes foram lançados nesta quarta-feira (3) contra uma base que abriga soldados americanos na região oeste do Iraque, dois dias antes de uma visita histórica do papa Francisco ao país, que o pontífice pretende manter, apesar dos riscos de segurança

AFP
03/03/2021 às 10:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 10:56

Ao menos 10 foguetes foram lançados nesta quarta-feira (3) contra uma base que abriga soldados americanos na região oeste do Iraque, dois dias antes de uma visita histórica do papa Francisco ao país, que o pontífice pretende manter, apesar dos riscos de segurança.

Os projéteis caíram na base de Ain Al Asad, que tem soldados iraquianos e estrangeiros. Vários foguetes atingiram a área em que ficam os soldados americanos da coalizão internacional antijihadista.

"As forças de segurança iraquianas iniciaram uma investigação", afirmou no Twitter o coronel Wayne Marotto, porta-voz americano da coalizão internacional.

Um funcionário civil terceirizado da coalizão, que não teve a nacionalidade revelada, morreu vítima de uma crise cardíaca após o ataque.

O ataque, o mais recente de vários do mesmo tipo cometidos nas últimas semanas, mostra a dificuldade logística de organizar a visita do papa ao Iraque.

O pontífice, no entanto, confirmou poucas horas depois do ataque a intenção de manter a viagem, que começa na sexta-feira em Bagdá.

"Depois de amanhã, se Deus quiser, irei ao Iraque para uma peregrinação de três dias. Há muito tempo que quero encontrar com estas pessoas que sofreram tanto", disse Francisco, de 84 anos, durante a audiência semanal.

"Peço a vocês que acompanhem esta viagem com suas orações (...). O povo iraquiano está nos esperando, esperou por João Paulo II, que foi proibido de viajar. Não se pode decepcionar pela segunda vez este povo", completou.

O falecido João Paulo II teve que desistir em 1999 de uma viagem ao Iraque depois de negociações infrutíferas com Saddam Hussein.

O Iraque é cenário de profundas tensões entre Irã e Estados Unidos, presentes direta ou indiretamente no país. Washington lidera a coalizão internacional antijihadista que luta contra o Estado Islâmico (EI) e tem no momento 2.500 militares no país.

O Irã tem o apoio do Hashd Al Shaabi, uma poderosa coalizão paramilitar integrada ao Estado iraquiano e formada principalmente por facções armadas financiadas e armadas pelo Irã.

Washington acusa estes grupos armados pelos ataques com foguetes no Iraque.

Fontes das forças de segurança iraquianas explicaram que os projéteis foram lançados nesta quarta-feira a partir de uma localidade próxima da base de Ain Al Asad. Fontes ocidentais identificaram os foguetes como "Grad", concretamente do tipo "Arash", de fabricação iraniana e mais potentes que os usados recentemente.

O Iraque viveu um período de calma relativa a partir de outubro, quando foi anunciada uma trégua das facções pró-Irã depois da ameaça americana de retirar todos os seus soldados e diplomatas do país. Mas recentemente os ataques foram retomados.

Em fevereiro, vários foguetes caíram perto da embaixada americana em Bagdá. Outros projéteis foram lançados contra a base militar que abriga tropas da coalizão no aeroporto de Erbil, a capital do Curdistão iraquiano, uma região considerada por muito tempo um oásis de paz em um Oriente Médio marcado pelas guerras.

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