Um incêndio florestal iniciado há duas semanas na Patagônia argentina avança nesta segunda-feira (8) em direção a uma comunidade mapuche na província de Rio Negro, enquanto mais de 250 brigadistas combatem as chamas com o apoio de helicópteros e aviões bombeiros
Um incêndio florestal iniciado há duas semanas na Patagônia argentina avança nesta segunda-feira (8) em direção a uma comunidade mapuche na província de Rio Negro, enquanto mais de 250 brigadistas combatem as chamas com o apoio de helicópteros e aviões bombeiros.
A forte seca e o vento contribuíram para o avanço do fogo que já consumiu mais de 8.500 hectares de matas nativas, segundo cálculos oficiais.
O incêndio atinge uma vasta região rural próxima à cidade de El Bolsón, de 18.000 habitantes, localizada 1.700 km ao sul de Buenos Aires. O fogo cruzou a fronteira provincial ao sul e se espalhou pelo norte de Chubut, de acordo com relatos.
O trabalho dos bombeiros concentrou-se nesta segunda-feira em cortar o caminho das chamas para impedir seu avanço em direção à comunidade mapuche de Rinconada Nahuelpan, um punhado de casas espalhadas no sopé do morro Piltriquitrón, cuja encosta oeste está em grande parte tomada por fogo.
À noite, era aguardada a chegada à província de 41 brigadas enviadas pelo Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Nação para reforçar os trabalhos.
"O objetivo principal da equipe que trabalha no campo era evitar que o fogo descesse à pradaria, objetivo que foi alcançado", informou o secretário do ministério, Sergio Federovisky, nesta segunda-feira antes de partir para El Bolsón para supervisionar a coordenação das tarefas.
O diretor do Sistema Nacional de Gerenciamento de Incêndios, Alberto Seufferheld, confirmou que até o momento não há evacuados.
"O principal é cuidar das pessoas. A comunidade se organizou junto com os serviços florestais e eles estão trabalhando juntos, conhecem bem a terra e precisam preservar suas casas", disse a autoridade em nota.
Quatro helicópteros e três aviões reforçam as operações terrestres, com as quais também colabora o exército.
As fracas chuvas da semana passada e a queda da temperatura deram um breve intervalo às operações, mas não tiveram um impacto decisivo.
A hipótese utilizada pelas autoridades é que o incêndio começou por negligência no domingo, dia 23 de janeiro, e se espalhou rapidamente devido à seca do solo e aos ventos fortes.
"Estamos enfrentando as piores condições climáticas dos últimos 60 anos", disse a governadora de Rio Negro, Arabela Carreras.
"Sabemos que não vamos conseguir apagá-lo em breve, mas a expectativa é conter a linha de avanço na vertente oeste do Piltriquitrón", acrescentou.
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