QUALIDADE DE VIDA

Focos em Educação e Urbanismo para desenvolver

Aos 249 anos, Piracicaba é a 26ª cidade mais inteligente do Brasil

Da Redação
correiopontocom@rac.com.br
01/08/2016 às 10:39.
Atualizado em 28/04/2022 às 04:57

Prefeito Gabriel Ferrato (PSB) observa que muito foi feito e há mais a ser realizado (Antonio Trivelin)

O planejamento e o controle da ocupação são relevantes para o desenvolvimento inteligente da cidade. Eles garantem que as pessoas continuem sendo atendidas por todos os serviços públicos, como Educação, Saúde, Limpeza Urbana e Saneamento com o crescimento do município, garantindo qualidade de vida a todos os cidadãos. Para o prefeito Gabriel Ferrato (PSB), entre os itens avaliados no Ranking Connected Smart Cities 2016, esses são os mais importantes, porque prevê uma análise global. Aos 249 anos, Piracicaba é a 26ª cidade mais inteligente do Brasil. Subiu duas posições com relação à análise anterior e os destaques para esse desempenho foram a Educação e o Urbanismo, conforme João Victor de Oliveira, do setor de comunicação e conteúdo da Urban Systems, empresa de Business Intelligence que elaborou o ranking pela segunda vez. Segundo a empresa, o estudo analisou 11 setores das cidades a partir de 73 indicadores. Os 11 eixos setoriais foram: Mobilidade, Urbanismo, Tecnologia e Inovação, Empreendedorismo, Governança, Educação, Energia, Meio Ambiente, Saúde, Segurança e Economia. “O ranking sofreu algumas alterações de um ano para o outro, com a adição de oito novos indicadores e a retirada de cinco, passando a ser composto por 73. Esse fato gerou algumas mudanças. No caso de Piracicaba, considera-se que a cidade apresentou esse destaque pelo bom desempenho nos segmentos de Educação e Urbanismo, também com melhoras de posições”. Segundo ele, no eixo Urbanismo, a cidade possui, em relação à maioria das analisadas, leis de ordenação do solo (zoneamento e código de obras) relativamente novas, com menos de 10 anos (de 2007). “Isso pode ser interpretado como uma preocupação da cidade na atualização de suas leis, o que é positivo para que o ordenamento seja realizado de forma mais coesa com as novas tendências de desenvolvimento. Além disso, a emissão de certidão negativa de débito e alvará pode ser feita no site da Prefeitura (agilizando processos burocráticos). A cidade conta ainda com índices de abastecimento de água, coleta de esgoto e cobertura do serviço de coleta de resíduos sólidos (lixo residencial) próximos de 100%, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento”, explicou. Em relação ao setor de Educação, Oliveira disse que Piracicaba apresentou uma média ponderada do Enem 2015 superior aos municípios melhores colocados, 577,4 e um elevado percentual de professores no ensino médio que possuem ensino superior (94% deles - que indica uma melhor qualidade de Ensino). “A cidade também conta com um investimento per capita em educação (despesa municipal realizada) considerado alto - R$ 805,3 -, superior a São Paulo e Florianópolis, por exemplo”. Ele ressaltou ainda que Piracicaba está numa posição muito boa, ao considerar que foram avaliados mais de 700 municípios nessa pesquisa. Porém, duas questões são muito importantes: ainda há muito o que as primeiras colocadas podem fazer para galgar um desenvolvimento maior e atingir níveis de cidades inteligentes nos modelos das cidades europeias e americanas. “Piracicaba pode e deve melhorar principalmente nos indicadores dos setores de Saúde, Segurança e Mobilidade”, destacou. Equilíbrio O planejamento de forma ordenada garante o crescimento de forma equilibrada em todos os setores. “Nessa gestão, tomamos algumas medidas que garantem esse equilíbrio do desenvolvimento. O Plano Diretor não ficou completo, porque ainda não está pronto, mas foram feitas modificações que garantem o crescimento sustentável”, disse o prefeito. A atenção nesse segmento é fundamental e permanente, segundo ele, porque o setor privado procura locais mais afastados da periferia - mais baratos - para investir. Houve períodos que a construção de grandes empreendimentos imobiliários era feita sem a garantia dos serviços públicos, como escolas e unidades de saúde, passou a ser evitada no município. De acordo com Ferrato, essa realidade é combatida em Piracicaba e coube ao município, inclusive, se manter alerta com as unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, geralmente construídos nas áreas mais afastadas. Por esse motivo, os estudos para a aprovação dos empreendimentos foram modificados. Não houve mais burocracia, mas além de engenheiros, a comissão de análise dos projetos passou a contar com profissionais da educação, saúde e transportes. “Em Piracicaba, temos tentado evitar os problemas e garantir o acesso aos serviços públicos, inclusive de mobilidade, porque olhados de forma isolada, se os empreendimentos são aprovados porque atendem a todas as normas legais, mas o global é negligenciado, surgem os problemas no presente e no futuro”. Ele citou como exemplo a zona norte da cidade, a região do distrito de Santa Teresinha. “Ela cresce exponencialmente. Por conta disso, as escolas e as unidades de saúde foram e ainda têm de ser ampliadas. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Sônia terá de aumentar, em breve. Esses olhares temos de ter permanentemente, prevendo as movimentações para não deixar a população sem atendimento”, disse. Outra proposta que começou a ser discutida na sua gestão foi a das microcentralidades. O conceito busca instalar em algumas áreas, de forma consorciada com o setor privado, unidades habitacionais com oferta de comércio, serviços e empregos, além dos serviços públicos. “Isso é uma forma de evitar os grandes deslocamentos”, afirmou. “Temos o projeto Corumbataí, aprovado na Câmara, que criou uma operação urbana consorciada. Ainda não está aprovada a ocupação do solo. Vamos discutir porque se há os serviços variados para a população para não se deslocar para a região central. Outra área, o Taquaral, também terá um shopping que já vai reter naquela área as pessoas que viriam para o outro lado da cidade. Futuro Piracicaba pode continuar evoluindo como cidade inteligente e esse futuro depende da liderança, mas, principalmente, das pessoas que atuam nos quadros técnicos das secretarias municipais. “Os servidores têm de ter esse olhar para a cidade e devem participar de cursos e eventos técnicos que apresentam novas tendências em urbanismo. Se tivermos isso, há que se garantir que essa inteligência continue em Piracicaba nos próximos anos. É relevante também ter um Legislativo que compreenda esse processo, porque ele aprova as leis que permitem as ações de crescimento ordenado e planejado. Além disso, os empreendedores, que trazem os projetos devem ter essa leitura sobre a cidade também. Com essa combinação é possível assegurar isso no futuro”, disse.

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