Após a "terrível tragédia" do porto de Beirute, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu, nesta quinta-feira (6), ao Líbano que "rompa o impasse" nas reformas exigidas pela comunidade internacional e que lutam para se materializar em um país em pleno naufrágio econômico
Após a "terrível tragédia" do porto de Beirute, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu, nesta quinta-feira (6), ao Líbano que "rompa o impasse" nas reformas exigidas pela comunidade internacional e que lutam para se materializar em um país em pleno naufrágio econômico.
"O FMI está explorando todos os caminhos possíveis para apoiar o povo libanês. É essencial romper o impasse nas discussões sobre reformas cruciais e criar um programa significativo para recuperar a economia", estimou, em comunicado, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.
O Líbano, que atravessa uma profunda crise social e econômica, iniciou em meados de maio negociações com o FMI para obter assistência financeira, mas quase três meses depois o processo se encontra estagnado.
O país está sofrendo há vários meses uma depreciação sem precedentes de sua moeda, um aumento galopante dos preços, demissões em larga escala e restrições drásticas de saques bancários e transferências para o exterior.
É neste contexto já sombrio que ocorreu uma explosão mortal e devastadora na terça-feira no porto de Beirute, que deixou pelo menos 137 mortos e 5.000 feridos, uma catástrofe a mais para os libaneses já exaustos pela crise.
"Chegou a hora da comunidade internacional e dos amigos do Líbano se mobilizarem para ajudar o país neste momento de emergência", disse a diretora do FMI.
Em Beirute nesta quinta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron pediu mais uma vez "reformas essenciais em certos setores". "Se essas reformas não forem feitas, o Líbano continuará afundando", alertou.
Macron também anunciou na parte da tarde a organização pela França de uma conferência de ajuda para o Líbano "nos próximos dias".
Beirute espera receber cerca de 10 bilhões de dólares em ajuda do FMI.
O governo libanês adotou um plano de resgate econômico no final de abril, com o objetivo de impulsionar o crescimento e consolidar as finanças públicas, mas as reformas, principalmente no setor elétrico, não saem do papel.
Quase metade da população libanesa vive na pobreza e 35% da força de trabalho está desempregada.
As dificuldades econômicas foram um catalisador da revolta iniciada no final de 2019 contra uma classe política acusada de corrupção e incompetência.
rh/tgg/bfi/mr